Cautela global, desvalorização do real e aumento da oferta pressionam os preços do açúcar
O mercado do açúcar registrou perdas nos últimos dias, pressionado pela combinação de fatores econômicos e sazonais. A desvalorização do real, somada à aproximação da nova safra do Centro-Sul, elevou a oferta de curto prazo em um momento de demanda moderada, influenciando negativamente os preços.
Segundo a Hedgepoint Global Markets, o adoçante foi impactado também por um cenário global cauteloso, reflexo de tarifas comerciais e temores de recessão. “O mercado enfrentou forte volatilidade, com fundamentos de baixa ganhando força, principalmente com o câmbio e a expectativa de uma safra robusta no Brasil”, afirma Lívea Coda, coordenadora de Inteligência de Mercado da consultoria.
Embora tenha havido uma breve recuperação com ajustes nas tarifas dos EUA, o sentimento segue pessimista. Nem mesmo a abertura da arbitragem de importação chinesa sustentou os preços, diante da cautela do país asiático em meio às tensões comerciais e à desaceleração econômica.
Na Ásia, a Tailândia colheu 92 milhões de toneladas de cana e produziu 10 milhões de toneladas de açúcar — avanço em relação à safra anterior. No Brasil, as chuvas recentes melhoraram o cenário agrícola, enquanto o mercado aguarda dados atualizados da produção.
A expectativa é de que os contratos futuros de açúcar encontrem resistência para retomar altas consistentes no curto prazo, até que surjam novos estímulos positivos no mercado global.