Produtores adotam estratégia para reduzir custos diante de relações de troca desfavoráveis e oferta global limitada
O uso de fertilizantes menos concentrados vem crescendo entre os produtores do Paraguai e do Brasil em 2025, segundo o relatório semanal de fertilizantes da StoneX.
Entre janeiro e agosto, as importações paraguaias de SSP (superfosfato simples) aumentaram 25% em relação ao mesmo período de 2024. Além disso, as de NP, produto à base de nitrogênio e fósforo, subiram 38%. Em contrapartida, as compras de MAP, um fosfatado de maior concentração, caíram 13%.
O movimento também ocorre no Brasil e mostra uma mudança estratégica no setor. Diante de relações de troca desfavoráveis, preços altos e oferta global apertada, os agricultores buscam alternativas mais acessíveis. Assim, conseguem manter a adubação das lavouras sem comprometer a rentabilidade.
O analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Tomás Pernías, destaca que o mercado vem se ajustando a margens mais estreitas.
“A escolha por produtos de menor concentração, como o SSP, é uma forma de manter a eficiência agronômica e preservar o fluxo de caixa”, afirma.
O comportamento é semelhante entre os fertilizantes nitrogenados. As importações paraguaias de sulfato de amônio, produto menos concentrado que a ureia, estão 15% acima das registradas em 2024.
Por outro lado, as compras de ureia, que tem maior teor de nitrogênio, cresceram apenas 4%. Esse resultado reforça a tendência de substituição parcial por opções mais econômicas e eficientes.