Enquanto o plantio do trigo ganha ritmo com condições positivas, o milho segunda safra enfrenta possíveis atrasos na colheita
O clima tem desempenhado papéis distintos nas principais culturas de outono no Paraná. De um lado, o avanço da semeadura do trigo ocorre em ritmo satisfatório, favorecido pelas condições climáticas. De outro, o milho segunda safra, apesar da recuperação após a seca de março, poderá ter o ciclo alongado devido aos dias mais curtos e às temperaturas mais baixas, características desta época do ano.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), até o dia 6 de maio, 26% da área esperada com trigo no estado – o segundo maior produtor do país – já havia sido semeada, com destaque para as regiões norte e noroeste. As lavouras germinadas apresentam boas condições, e novas frentes de trabalho vêm sendo abertas com os produtores em campo para garantir o avanço do plantio.
No mercado, levantamento do Cepea aponta que os preços do trigo em abril foram os maiores desde o último trimestre de 2024. No entanto, em maio, compradores demonstram resistência a novos reajustes positivos nas aquisições, influenciados também pelas recentes quedas nas cotações externas do cereal.
Em relação ao milho segunda safra, as chuvas mais recentes ajudaram no desenvolvimento das lavouras, especialmente daquelas prejudicadas pela estiagem de março. Ainda assim, o Deral alerta para perdas consideráveis em áreas que tiveram o potencial comprometido pela seca. Com a chegada do clima mais frio e a diminuição da luminosidade diária, o ciclo da cultura tende a se estender, o que pode atrasar o início da colheita no estado.