O coordenador técnico do Instituto CNA, Joaci Medeiros, participou de uma audiência pública sobre os impactos do 5G e a importância da conectividade no campo na quinta (18). A videoconferência foi promovida pelo grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que acompanha a implantação da tecnologia 5G no Brasil e reuniu autoridades e representantes de entidades do setor agropecuário e de empresas.
O coordenador técnico do Instituto CNA fez uma apresentação sobre a evolução tecnológica do setor, a relevância do agro na economia e a importância da conectividade para o setor continuar crescendo. Conforme dados da Consultoria OMDIA/Nokia, a implantação da Internet 5G pode impactar em US$ 77 bi o PIB agro (R$ 420 bilhões) e tem potencial para contribuir com US$ 1,2 trilhão ao desenvolvimento do Brasil pelos próximos 15 anos.
Entre as vantagens da nova geração de internet móvel estão velocidade ultrarrápida, baixíssima latência, conexão mais estável e maior densidade de conexões. Os desafios, explica Joaci, são a demora para a chegada da tecnologia ao Brasil, ecossistema ainda incipiente, infraestrutura de antenas e alcance de distâncias mais curtas. O Censo Agropecuário 2017 apontou que 72% das mais de cinco milhões de propriedades rurais do Brasil não contam com Internet, o que representa uma área de quase 196 milhões de hectares.
“O nosso agro é movido por ciência, tecnologia e inovação, mas é o setor mais frágil em relação à conectividade. Ainda precisamos de serviços básicos para uma simples comunicação ou a emissão de uma nota fiscal. O agro é uma grande engrenagem da economia e, para que os seus elos e segmentos tenham sucesso, é necessário conectividade”, disse Joaci.
Na opinião do coordenador técnico do Instituto CNA, algumas ações são necessárias para a implantação da tecnologia 5G no País, como a disponibilidade da frequência de 700 MHz para as áreas rurais, a outorga para pequenos e médios provedores em áreas não atendidas pelo vencedor do edital. Ele defendeu também que alguns compromissos assumidos sejam cumpridos, como levar 4G para áreas não atendidas, definindo quais são os incentivos à cobertura de áreas rurais desassistidas.
Para a Confederação, são necessárias soluções amplas, seguras, acessíveis e estáveis de telecomunicação aos pequenos, médios e grandes produtores, integradas com as demandas de universalização de serviços de telecomunicações, produtividade, segurança pública rural, educação a distância (EaD), telemedicina, combate a incêndios e Nota Fiscal Eletrônica (N-Fe).
Outra proposta da CNA é a defesa de ambiente regulatório favorável, considerando todas as tecnologias disponíveis valorizando o componente nacional, quando possível, além do avanço escalonado com baixo custo para o produtor.
A reunião também contou com a participação de deputados federais; do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo Euler de Morais; do diretor de Inovação da Agropecuária do Ministério da Agricultura, Cléber Soares; da chefe geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Silveira Massruhá; do consultor técnico da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), João Henrique Vieira; e do CEO da Datora Telecomunicações, Tomás Fuchs.