O mercado agrícola nacional está enfrentado grandes desafios relacionados à precificação das commodities e à queda nas vendas de fertilizantes neste primeiro semestre. Provocando atrasos nas negociações e comercializações e impactado em toda a cadeia produtiva.
De acordo com um levantamento realizado pela StoneX, as compras de fertilizantes para o primeiro semestre, que são principalmente concentradas nos volumes para a safrinha de milho, costumam realmente mostrar um aumento do fluxo de compras mais próximo do período de aplicação, em relação às safras de verão, no segundo semestre. Isso decorre da maior dependência das safras de inverno no primeiro semestre, com o resultado da safra de verão que a antecede. No entanto, neste ano, se observa uma postergação ainda maior do interesse de compra, guiado especialmente pelo fator financeiro.
O documento mostra que, na região Centro-Oeste, por exemplo, que o plantio do milho safrinha começa mais cedo, o índice de comercialização ficou em 52% em 2022. Ante 59% em novembro de 2021 (mês em que se iniciam as vendas para os primeiros seis meses do ano seguinte) e 71% no mesmo intervalo de tempo de 2020.
De acordo com Manfrin, “como na agricultura não existe um ano igual ao outro, os agricultores e a indústria que movimentam o setor calibram seus olhos na busca de novas oportunidades”. O especialista comenta que, neste contexto, o setor sucroenergético tem demonstrado musculatura.
"Não apenas para encarar os desafios que virão, mas também para crescer em um ano desafiador”, salienta.
A projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), da safra 2023/24, aponta para um aumento na produção de cana-de-açúcar, quando comparada à última safra. A estimativa é de crescimento de 4,4% em relação à safra 2022/23, resultando em uma produção de 637,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O país deverá destinar 8.410,3 mil hectares de cana-de-açúcar para a colheita, com um rendimento médio de 75.751 kg/ha.
O maior crescimento de área é justificado pelo aumento de áreas de expansão e renovação. Impactando diretamente na produtividade, uma vez que os primeiros cortes possuem um maior rendimento. Além disso, as condições climáticas para essa safra vêm se apresentando ainda melhores que na safra 2022/23.