A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em parceria com o Senar-BA, está testando cinco fungicidas contra a vassoura de bruxa, praga que mais prejudica as lavouras de cacau no Brasil.
Os produtos foram desenvolvidos pela Syngenta e apresentam bons resultados contra a monilíase em outros países. Agora, os testes irão avaliar se podem ser usados também no combate à vassoura de bruxa. Estudos da Universidade de Campinas (Unicamp) apontam a eficácia de alguns dos princípios ativos que compõem parte dos produtos em teste.
O estudo é feito em áreas da Ceplac, localizadas em Ilhéus (BA), e terá duração de dois anos. A Bahia é o estado que mais sofre com a praga, por apresentar condições climáticas favoráveis para a disseminação do fungo. Os efeitos da praga na região foram devastadores, provocando queda de 75% da produção, gerando desemprego e êxodo rural.
Atualmente, as recomendações para o controle da vassoura de bruxa incluem uso racional de fungicidas, remoção de tecidos infectados, uso de variedades clonais resistentes e controle biológico (biofungicida Tricovab®).
“A seleção de novos fungicidas mais eficazes contra a vassoura de bruxa é o desejo de todos os produtores de cacau. Aliado a um programa de manejo integrado, pode combater melhor a doença, aumentando a produção além de viabilizar economicamente a atividade agrícola, especialmente, na região sul da Bahia”, explica o pesquisador da Ceplac, Givaldo Niella Rocha, que coordena os testes em campo e em laboratório.
“Estamos buscando fungicidas com baixa toxicidade e alta eficiência”, ressalta o diretor da Ceplac, Waldeck Araujo Junior.
O Brasil é o hoje o sexto produtor mundial de cacau, com produção de cerca de 220 mil toneladas por ano. Pará e Bahia respondem por 95% da produção nacional. De acordo com dados da Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), a Bahia entregou, em 2021, aproximadamente 140 mil toneladas de amêndoas de cacau.