O novo governo federal, que tomou posse em 1º de janeiro, completa os 100 primeiros dias de mandato no dia 10 de abril. Representantes avaliam que a administração enviou sinalizações positivas no setor, como a retomada da agenda climática e a abertura de diálogo com a sociedade civil.
No entanto, tem ajustes que devem ser feitos na governança, devido à multiplicidade de órgãos e ministérios envolvidos em alguns temas, como desmatamento, clima e bioeconomia.
Para os especialistas, a melhoria na articulação entre esses atores, é fundamental para que o governo possa implementar medidas urgentes para o desenvolvimento do país.
“Nesses 100 dias, observamos no governo muita vontade de promover mudanças sistemáticas nos modelos de governança pública nas áreas de interesse da Coalizão. Se a velocidade não foi a desejada, o rumo parece correto. Esperamos que, passado o período de nomeações e efetivação dos novos ocupantes dos diversos ministérios, possamos ver processos mais céleres. Não podemos voltar ao passado.” Destacou Marcello Brito, membro do Grupo Estratégico da Coalizão e coordenador da Academia Global do Agronegócio da Fundação Dom Cabral
“Os temas clima e Amazônia estão em um patamar político nunca observado. São mais de dez ministérios ou instâncias administrativas com secretarias ou departamentos se dedicando ao assunto. A interlocução com a sociedade está aberta e fluindo. Mas a avalanche de nomeações e declarações sobre esses temas gera uma certa apreensão. De como serão orquestrados os diferentes interesses políticos de áreas não convergentes, como meio ambiente, agro e relações internacionais. Salienta Roberto Waack, membro do Grupo Estratégico da Coalizão e do Conselho da Marfrig
“O governo criou várias portas de ação para políticas públicas que exigem rápida articulação e implementação. A transversalidade é muito bem-vinda, mas exige foco e gestão. Combater a ilegalidade, promover a bioeconomia, gerar emprego, renda e alimentos é uma prioridade para o país, e não apenas do novo governo federal. Apresentamos várias sugestões práticas de ações, desde as de comando e controle contra o desmatamento e critérios socioambientais para o crédito rural. O Brasil não tem tempo a perder", Ressalta Marcelo Furtado, membro do Grupo Estratégico da Coalizão e diretor da Nature Finance
“A esperança reside no Plano de Controle do Desmatamento, que é a base para recuperarmos credibilidade e, consequentemente, segurança jurídica, que atrai investidores. Os fortes sinais da expulsão de criminosos das terras Yanomami foram um bom início". Destaca Rachel Biderman, membro do Grupo Estratégico da Coalizão e vice-presidente sênior para as Américas da Conservação Internacional (CI)
“O governo mostrou sua intenção de avançar na agenda ambiental e social e está se esforçando para colocar no lugar as estruturas necessárias para fazer frente aos enormes desafios nesses temas. Isso mostra a relevância que tem sido dada a assuntos como a crise climática, o que é essencial, inclusive, para retomarmos nossa credibilidade no cenário internacional". Salienta Rodrigo Castro, membro do Grupo Estratégico da Coalizão e gerente nacional da Fundação Solidaridad