Os preços do milho, em Chicago, iniciaram a manhã de quinta-feira operando com leves ganhos, cotados em U$ 6,28/maio. Ontem, houve queda de 8 cents. A BMF trabalha em R$ 86,30/março (+0,15%) e R$ 87,45/ julho (+0,25%).
Mercado segue digerindo os números apresentados pelo USDA no relatório de oferta e demanda de março, destaca o analista de mercado, Camilo Motter, da Corretora Granoeste de Cascavel/PR. O número mais aguardado era sobre a Argentina. A dimensão do corte ficou bem acima do esperado. A produção passa a ser estimada em 40,0MT, ante 47,0MT de fevereiro; o mercado esperava algo como 43,2MT.
Contudo, pesando negativamente vieram os estoques mundiais acima do esperado, com 296,5MT, cerca de 1,2MT a mais do que no mês anterior; a expectativa era de estoques em queda, na faixa de 293,7MT.
Para os EUA, os estoques estão projetados acima do esperado, com 34,1MT. As previsões de exportações não param de cair e estão avaliadas em 47,0MT, ante 48,9MT do mês anterior e 62,8MT do ano passado.
Para o Brasil, o USDA manteve a estimativa de produção em 125,0MT para este ano, com exportações de 50,0MT. Na última estação, a produção ficou em 116,0MT e as exportações em 48,5MT
Analistas ouvidos pela Total Farm Marketing avaliam que, devido aos altos estoques de milho norte-americano, combinado com exportações lentas, é possível que, na próxima safra, cujo plantio se inicia nas próximas semanas, haja migração de área do milho para a soja.
México e EUA seguem na disputa a respeito de milho GMO free. O México, maior comprador do milho estadunidense, está tentando reduzir a importação de milho geneticamente modificado, bem como de outros produtos agrícolas de biotecnologia, o que poderia causar perda de aproximadamente 5 bilhões de dólares aos cofres norte-americanos.
Motter informa que, o mercado interno se mantém em ritmo lento; o foco segue direcionado para a logística da soja, fazendo com que os preços dos fretes subam de forma acentuada e cortem as indicações de preço no FOB também para o milho. Contrariamente, os problemas climáticos na Argentina e o conflito no Leste Europeu concorrem para promover sustentação aos preços.