Preços do leite recuam após sequência de altas no início do ano

O Boletim do Leite de maio, divulgado pelo Cepea, indica que os preços começam a cair em abril, refletindo a desaceleração da demanda e queda nas exportações. Em março, o preço médio do leite captado subiu 1,3% pelo terceiro mês seguido, alcançando R$ 2,8241 por litro na “Média Brasil”, porém com ritmo de crescimento mais lento.

Na comparação anual (março/25 contra março/24), o aumento real, considerando o IPCA de março, foi de 15%, impulsionado pela maior competição na compra da matéria-prima. Para abril, pesquisas preliminares do Cepea indicam possibilidade de redução nos valores pagos ao produtor, devido à enfraquecida demanda final da cadeia.

A desaceleração da procura limita as altas nos preços dos derivados do leite. Dados do Cepea em parceria com a OCB apontam que, em abril, os preços médios dos produtos lácteos negociados entre indústrias e atacado paulista tiveram comportamentos variados. O leite UHT caiu 0,79%, com preço médio de R$ 4,43/litro, e o queijo muçarela recuou 2,77%, para R$ 32,63/kg.

Já o leite em pó fracionado (400g) valorizou 2,38%, chegando a R$ 32,39/kg. Na comparação anual, o leite UHT registrou queda de 0,57%, enquanto a muçarela e o leite em pó tiveram alta real de 7,41% e 10,22%, respectivamente.

No mercado internacional, as exportações brasileiras de lácteos caíram 41,05% entre março e abril, após três meses seguidos de aumento. A queda em relação a abril de 2024 foi de 22,49%. As importações também diminuíram, com recuo de 11,6% na comparação mensal e 16,87% no anual. Esses dados foram coletados pela Secex e analisados pelo Cepea.

Os preços começam a cair em abril, refletindo a desaceleração da demanda e queda nas exportações. Foto: Canva

Os custos para produzir leite aumentaram pelo quarto mês consecutivo em abril. O Cepea calculou que o Custo Operacional Efetivo (COE) subiu 0,28% em relação a março de 2025 na “Média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). Esse crescimento dos custos está relacionado principalmente à valorização dos insumos usados na alimentação do rebanho.