Não há outro caminho para o preço do boi gordo negociado no centro-sul do País, ele vai para cima e setembro deve ou precisa manter o ritmo de alta e até mesmo acelerar para justificar a conta básica, de oferta e demanda pelo animal pronto para o abate.
Na última semana, eu já comentava haver um descompasso entre os preços de referência (cotações) e preços atingidos nas negociações em Mato Grosso do Sul e São Paulo. A segunda-feira, de 2 de setembro, apenas confirmou o cenário.
O boi gordo oficialmente vai sendo cotado a R$ 245,00 por arroba, não estou falando do China, mas os valores vieram para essa margem já negociada em Mato Grosso do Sul há algumas semanas em Campo Grande, mas que nos últimos sete dias ganhou a média estadual.
Ressalto ser de conhecimento a negociação de valores, ainda mais alto, em boiadas específicas em relação a acabamento, logística e volume de animais, o que vai comprovando a necessidade do mercado ser revisto.
O mercado precisa ser revisto, revisitado e amplamente discutido. Não há dúvidas que há um bom volume de animais para abate, mas também e, aparentemente, com crescimento maior, a demanda é absolutamente histórica nas exportações e que o consumo doméstico tem se elevado e pode registrar 32 quilos por habitante em 2024.
A receita da indústria frigorífica é a maior de todos os tempos, mas o mercado não reflete sobre o valor da arroba do boi gordo.
O posicionamento é simples. O mercado futuro neste dia 2 de setembro apontava a posição de outubro em R$ 253,00, novembro a R$ 254,80 e dezembro em R$ 257,70.
Se considerarmos os preços já praticados em MS, SP e norte do Paraná, os valores deveriam ser severamente mais altos, mas claro, o Brasil é grande é ainda há oferta considerável de Mato Grosso e estoques mais cheios no norte do país.
De qualquer forma, não existe gado confinado no país suficiente para inverter o cenário que se desenha.