Os indicadores mensais do mercado de trabalho, divulgados nesta terça-feira (5/10) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram um ritmo de recuperação da população ocupada e redução da taxa de desemprego. Em julho, a população ocupada chegou a 90,2 milhões, o que representa alta de 12% na comparação com julho do ano passado. Pelo quarto mês consecutivo houve expansão na ocupação, que avançou 1,2% em relação ao observado em junho, com ajuste sazonal. A população economicamente ativa (PEA) era de 103,6 milhões de pessoas, ou seja, 10% maior que a observada no mesmo período do ano passado (94,2 milhões).
A análise foi realizada com base em dados mensais estimados pelo Ipea a partir dos dados trimestrais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O texto relata também os resultados recentes do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do seguro-desemprego, do Ministério do Trabalho e Previdência.
Em julho, apesar do aumento da ocupação nos segmentos informais - com crescimento interanual de 22,7% dos empregados sem carteira no setor privado e de 20,3% dos trabalhadores por conta própria -, a alta de 8,3% da população ocupada com carteira no setor privado mostra uma recuperação também do emprego formal.
Em julho, o país possuía 13,4 milhões de desocupados. A taxa de desocupação recuou de 13,7% em junho para 13,1% em julho, sem ajuste sazonal. O número de desalentados chegou a 5,2 milhões de pessoas em julho, o menor patamar desde março de 2020 e uma queda de 10,1% em relação a julho do ano passado. Em relação a junho deste ano, o recuo foi de 5,4%.
De acordo com dados do Caged, em agosto, o número de trabalhadores formais chegou a 41,6 milhões. Nos últimos 12 meses encerrados em agosto, a maioria dos empregos criados foi destinada aos trabalhadores com ensino médio completo (2,4 milhões). No recorte por faixa etária, os jovens de 18 a 24 anos ocuparam mais de 1,7 milhão das novas vagas de trabalho geradas. O comércio segue com a maior criação de empregos (807,3 mil).
Em setembro deste ano, os pedidos de seguro-desemprego tiveram queda de 7,3% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 5,5 milhões para 5,1 milhões. Na análise setorial, 40% dos pedidos foram requeridos por profissionais do setor de serviços e 28% do comércio. De janeiro a setembro deste ano, 54% dos requerimentos de seguro-desemprego foram feitos por trabalhadores com até 1,5 salário mínimo, enquanto apenas 2,3% recebiam acima de 5 salários mínimos.