Nos últimos anos, o agronegócio tem sido uma alavanca para assegurar o crescimento da economia brasileira. As projeções são de manutenção desse cenário, para esse ano.
De acordo com projeção divulgada pela Conab, o setor deve atingir a marca de 77 milhões de hectares utilizados para a produção de 312,2 milhões de toneladas de alimentos. Número 15% superior ao registrado na safra 2021/2022.
De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de janeiro do IBGE, a soja, principal commodity do país, começou o ano registrando produção 23,4% superior ao verificado na última safra. A expectativa é que a safra deste ano da oleaginosa chegue a 147,5 milhões de toneladas.
Para que o segmento prossiga em constante expansão, cada vez mais os produtores precisam se atentar à escolha e qualidade das sementes que utilizam. Além das técnicas adequadas de manejo. Por conta da extensão territorial do Brasil, é comum as plantas se desenvolverem de formas distintas em diferentes regiões. Especialmente em razão das condições climáticas de cada lugar e do surgimento de patógenos que são mais presentes em alguns estados e menos em outros.
De acordo com Rodrigo Romanha, supervisor de Desenvolvimento de Produtos, na TMG -- Tropical Melhoramento & Genética -- empresa brasileira de soluções genéticas para algodão, soja e milho, que busca trazer inovação ao campo, “no caso da soja, por exemplo, estamos no momento em que os produtores estão negociando a compra de sementes para a próxima safra, então é importante que procurem identificar as doenças mais comuns na sua região e os principais desafios enfrentados ano após ano. Assim, podem adquirir cultivares mais apropriadas”.
Estudos da Embrapa Soja apontam para mais de 40 tipos diferentes de doenças identificadas nas lavouras da leguminosa, desde patologias provocadas por fungos até outras causadas por nematoides, vírus e bactérias. São condições que podem afetar todas as fases do ciclo da planta, podendo provocar prejuízos consideráveis na safra.
Uma das doenças mais comuns é a ferrugem asiática, enfermidade que atinge todo território nacional. Trata-se de um patógeno que pode causar perdas de até 90% na produtividade da lavoura. A queda precoce de folhas em decorrência do fungo causador da enfermidade impede a formação completa dos grãos. Outro vilão é o nematoide de cisto, que atinge muitas lavouras em diversas regiões. Entre os sintomas estão formação de reboleiras, nanismo, raquitismo e amarelamento da planta. A maior prevalência é nas regiões Norte e Nordeste.
“Além das patologias, o clima é um fator que impacta fortemente nas lavouras. Algumas plantações podem sofrer com secas ao longo da safra, sendo de maior ou menor intensidade. Em outras regiões, há registro de excesso de chuvas, o que também é prejudicial. Precisamos, portanto, oferecer aos produtores cultivares específicas para ambas as situações, com maior tolerância à seca ou ao estresse hídrico”, comenta o especialista.
Romanha explica que o produtor conta atualmente com sementes apropriadas a diferentes necessidades. “Hoje em dia, em decorrência das pesquisas e do desenvolvimento de cultivares por meio do melhoramento genético, o agronegócio pode ser mais sustentável, pois é possível reduzir perdas, reduzir o uso de insumos químicos diminuindo o impacto ao meio ambiente, e assegurar maior qualidade nos produtos que vem do campo”, comenta.
“Os números de crescimento do agronegócio são reflexo do avanço nas pesquisas e no desenvolvimento dessas cultivares e nós, que trabalhamos para atender as demandas do produtor, estamos sempre atentos para desenvolver as melhores soluções, a fim de contribuir para a rentabilidade das lavouras”, finaliza.
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