O avanço do coronavírus na América e as incertezas de mercado estão impactando as negociações no mercado futuro do boi gordo que já operam abaixo dos R$ 180,00/@. Em contrapartida, o mercado físico segue com valores sustentados ao redor de R$ 200,00/@ no estado de São Paulo.
Segundo o consultor em Agronegócio do Itaú BBA, Cesar de Castro Alves, os mercados estão muito sensíveis as informações sobre a disseminação do coronavírus. “Pela a amplitude de governo e do banco central, o avanço da doença é muito sério e isso está afetando a demanda por commodities agrícolas e o boi gordo não consegue final imune a tudo isso”, afirma.
Apesar de ter um consumo sólido no mercado interno e notícias de que a China está se estabelecendo em termos logísticos, ainda tem uma incerteza se o crescimento mundial em outros países não vai prejudicar a demanda por alimentos. “É isso que os mercados futuros, principalmente o boi, estão precificando. Eu imagino que podemos ter dias difíceis pela a frente”, relata.
Por outro lado, as referências no mercado físico seguem sustentadas acima dos R$ 200,00/@. “Esse descolamento entre o mercado físico e o futuro ainda vai continuar diante das incertezas do mercado. Me preocupa muito como vai ser em curto prazo e como vamos lidar com essa situação, é razoável imaginar que os frigoríficos vão diminuir o ritmo de atividade”, destaca.
O consultor reforça que os pecuaristas que contam com animais terminados é melhor esperar para ver como as coisas vão acontecer. “Não pode se apavorar é o momento de segurar o animal e evitar as compras já que os preços dos bezerros estão elevados. É difícil imaginar qual será o preço no nosso pico de safra”, finaliza.