Os contratos futuros negociados com soja na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a manhã de quarta-feira, 08/03, com perda de 4 cents , a U$ 15,11/maio. Ontem houve queda de 15 pontos. Fundos e investidores buscam posicionar suas carteiras para o relatório de oferta e demanda do USDA que será apresentado logo mais à tarde.
Segundo o analista de mercado, Camilo Motter, da Corretora Granoeste de Cascavel/PR, o mercado espera algumas alterações significativas no quadro geral de produção e consumo. São esperados cortes nos estoques dos EUA e do mundo. Mas a expectativa maior está voltada para uma nova redução da produção da Argentina – que pode cair a níveis de 36,0MT, cerca de 15,0MT abaixo das projeções iniciais. Enquanto isto, as duas principais bolsas de cereais do país já se adiantaram e liberaram novas avaliações sobre a colheita local – que fica entre 33,5MT e 34,5MT.
A tendência é uma conformação da oferta em níveis mais apertados. No caso da Argentina, maior país exportador de farelo e óleo de soja, deverá haver um corte geral na disponibilidade destes dois subprodutos – consequência da perda de produção no campo.
Levantamento da Conab indica que a colheita da safra brasileira chega a 43,9%, ante 52,5% do mesmo ponto do ano passado. Houve avanço de 10 pontos na semana.
Motter destaca que no mercado interno, os preços seguem pressionados. As indicações se mantêm pouco atrativas, o que deixa lento o fluxo de negócios, apesar da necessidade de vendas por questões logísticas e financeiras. O mercado sente o avanço da colheita diante da perspectiva de safra cheia no Brasil – prêmios cedem nos protos e entram no campo negativo, cotados no spot na faixa de -15 / -5. Ao mesmo tempo, o custo de transporte se mantém em níveis historicamente altos.