Mesmo com o aumento verificado na exportação de soja, que atingiu 15,59 milhões de toneladas em maio, contra 14,34 milhões no mês anterior e 10,64 milhões em igual período de 2022, as vendas internacionais da oleaginosa devem ser reduzidas nos próximos meses.
De acordo com a análise do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quarta-feira (21), o crescimento recente do volume exportado refere-se em grande parte às vendas antecipadas e à preparação para a nova safra. No entanto, com as quedas nas cotações e nos prêmios de exportação a tendência é que os produtores optem por manter a soja em estoque. Aguardando a melhoria no quadro de preços previstos para o segundo semestre.
O Boletim informa ainda que, pelo lado da demanda, apesar do quantitativo recorde importado até agora do Brasil (34,4 milhões de toneladas de soja em grãos), a China adotou uma sistemática de aumentar o tempo dispensado às inspeções em cargas de soja que chegam ao país, prolongando os tempos de liberação do produto. Estes novos procedimentos alfandegários tornam ainda mais lento e custoso o escoamento do produto em território chinês, podendo retardar o comércio com aquele país.
No caso do milho, as exportações já apresentaram leve queda, atingindo 0,38 milhão de toneladas em maio, contra 0,47 milhão de toneladas observado em abril. O movimento de baixa tem influência também pela diminuição dos prêmios e cotações, que provoca forte redução nas vendas externas.
O Boletim destaca a implementação do novo corredor de importação de fertilizantes do Arco Norte, no porto do Itaqui, em São Luís/MA. Interligando o Terminal da Copi, no Maranhão, ao Terminal Integrador de Palmeirante, em Tocantins. A nova infraestrutura vai possibilitar o transporte da produção de grãos até o porto do Itaqui. Além disso, seu retorno vai ser usado para o transporte de fertilizantes. A capacidade operacional inicial é de 1,5 milhão de toneladas/ano. Atendendo aos produtores sediados nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia e Piauí, além do Tocantins, Maranhão e Distrito Federal.
Em relação aos preços de fretes rodoviários, houve tendência de aumento na média das cotações no Distrito Federal e nos estados do Piauí, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em movimento contrário, houve variação negativa nas praças do Paraná, Minas Gerais e Tocantins. Já nos estados da Bahia e Goiás, preponderou a estabilidade nos valores contratados.
Sobre o escoamento de milho, o Boletim Logístico revela ainda que os portos do Arco Norte voltaram a apresentar incrementos na sua participação em relação aos demais portos do país. Atingindo, em maio, 35,8% da movimentação nacional, contra 26,1% no mesmo período do ano anterior. Já com relação à soja, 38,9% das exportações brasileiras foram escoadas pelo porto de Santos no mesmo período, contra 40,9% no exercício anterior. A origem das cargas para exportação do país ocorreu, prioritariamente, dos estados de Mato Grosso, Goiás, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Confira o boletim completo aqui.