O mercado do boi gordo está na trilha esperada para o período, refletindo a oferta mais escassa e a necessidade da indústria em remontar ou manter suas escalas de abate. O curto prazo tem mostrado uma busca maior por animais prontos e saber em quais locais estão ou estarão.
A verdade é que a oferta de animais oriundos de confinamento é bem menor e se não houver melhora nos mercados spot e futuro não veremos elevação da disposição de animais confinados.
Somado a isso, há uma observação importante para os últimos dias: as propostas mais altas estancaram, como se o setor industrial tivesse testado o mercado, mas o pecuarista esperou mais e, com isso, valores voltaram a subir. É importante ressaltar também que as escalas melhoraram um pouco e é possível afirmar, com tranquilidade, que um cenário está atrelado a outro.
Na praça de referência, estado de São Paulo, arroba está indicada em R$ 252,00 com 8,5 dias de escala; Mato Grosso do Sul em R$ 247,20 com 7 dias de escala; Mato Grosso tem arroba negociada em R$ 218,00 com 7,20 dias de escala de abate. As evoluções vieram com a redução de oferta, mas tratam-se de recuperação “pequena” de preços. O controle de custos é sempre fundamental, mas fica muito claro sua necessidade com os cenários atuais de negociação, principalmente, se olharmos para setembro, outubro e novembro.
Também há de se destacar o comportamento do principal consumidor e do maior importador de carne bovina brasileira. O principal consumidor de carne bovina do Brasil é o brasileiro mesmo e, neste caso, é preciso entender que apesar de alguma recuperação no consumo interno, as coisas não mudaram o suficiente e, de fato, os juros altos no Brasil têm estrangulado a população e empresas.
Do lado do maior importador, a China, é necessário observar que as vendas de carne bovina para a China já tiveram um diferencial de preços bem mais robusto, durante o período da “peste suína africana”, este “plus” nos preços recuo bastante, por questões ligadas aos chineses. Outro ponto é a relevância do mercado chinês, eles vão continuar comprando muito, mas vão, também, pressionar nas negociações pelo preço da tonelada.
Para esta segunda semana de julho, é esperada a continuidade do movimento de alta para arroba do boi gordo com novas propostas lançadas pela indústria brasileira.