O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta quarta-feira (30/3), uma análise sobre o desempenho recente dos indicadores mensais de indústria, comércio e serviços em janeiro e fevereiro de 2022. Após encerrar 2021 com crescimento, todos os três setores produtivos apresentaram acomodação no mês de janeiro, período onde houve aumento temporário no contágio da Covid-19. Já para o mês de fevereiro, a previsão da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea é de recuperação.
A previsão para o Monitor do PIB, proxy mensal medida pela Fundação Getúlio Vargas, é de crescimento de 1% na comparação sem efeitos sazonais (devido a altas esperadas para a indústria, comércio e serviços), o que melhora as perspectivas para o resultado do PIB no primeiro trimestre de 2022.
Entre os principais setores produtivos, a indústria segue enfrentando o cenário mais desafiador. Os problemas relacionados às cadeias produtivas globais e os custos elevados dos fretes internacionais seguem sendo importantes entraves ao crescimento da produção. Além disso, enquanto os preços da energia elétrica continuam elevados, a guerra na Ucrânia tem provocado aumento nos preços internacionais do petróleo.
Para o mês de fevereiro, a Dimac estima que a produção industrial avançou 1,4% na comparação sem efeitos sazonais. Esse resultado deve contar com uma contribuição positiva das indústrias extrativas, cuja estimativa é de avanço de 7,5% na margem. Já a indústria de transformação deve registrar alta de 0,8% na mesma comparação. Entre os segmentos, os destaques ficariam por conta da produção de outros equipamentos de transporte (10,6%), e de informática e eletrônicos (7,3%).
Com a rápida melhora do quadro da pandemia de Covid-19 em fevereiro, as previsões do Ipea indicam alta de 1,3% para o resultado do comércio varejista no mês, na série sem efeitos sazonais. Já as vendas no varejo restrito devem avançar 1,2%, na mesma base de comparação.
Os serviços foram o setor que tiveram o melhor desempenho no fim do ano passado e em janeiro deste ano. O setor ficou praticamente estável em janeiro, com recuo de 0,1%, na série livre de efeitos sazonais, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE. O resultado interrompeu duas altas consecutivas, período no qual o indicador acumulou uma expansão de 4,7%. Destaca-se ainda crescimento previsto de 4% sobre janeiro para os serviços prestados de informação e comunicação. Na comparação interanual, é esperada uma alta de 10,3% para este segmento.