Nesta terça-feira quem puxou as cotações do grão na Bolsa de Chicago (CBOT) foram os futuros do farelo. Com uma disponibilidade de oferta mais baixa na Argentina e no Brasil, a demanda por este subproduto acaba migrando para os Estados Unidos.
Aqui no Brasil a baixa oferta se dá devido a escassez de produto para o esmagamento, como já comentamos em artigos passados, é possível que o Brasil venha a ter que importar soja para cumprir com os programas mandatórios para a composição do biodiesel.
Com isso podemos inferir que se estamos com dificuldades para obter o óleo, o natural é que também não tenhamos grandes ofertas de farelo para cobrir demandas do exterior.
Já na Argentina, o problema continua sendo a economia, com taxas de juros menores e um câmbio ainda muito alto, o produtor da preferência por segurar os seus grãos a fim de se proteger da inflação e com isso o farmer selling fica muito lento e com poucos volumes.
Esse cenário é ideal para os EUA e o impacto disso para os preços é de pelo menos um suporte nos níveis atuais, sendo mais otimista, pode ajudar a trazer os preços do grão para níveis acima dos U$10/bu.
Vamos às cotações: o contrato da soja em grão subiu 0,59% neste pregão e encerrou cotado a U$9,86/bu no contrato de novembro.
O farelo subiu 1,30% e o óleo recuou 0,81%.
Os futuros de trigo se recuperam das recentes quedas e encerrou com valorização de 2%.
O gráfico do trigo continua sugerindo uma movimentação lateralizada entre os níveis de U$5,20/bu a U$5,60/bu. Hoje o contrato encerrou cotado a U$5,35.
O contrato futuro de milho na CBOT também encerrou com alta de 1,45%. Do lado do fundamento, a intensificação do conflito entre Rússia e Ucrânia, vão escrevendo um novo capítulo.
Novos ataques russos nesta segunda-feira trazem incertezas quanto a continuação e disponibilidade das ofertas destes cereais no mar negro.
Dentre as 15 regiões atingidas pelos drones russos, se encontra a região de Odessa, onde está localizado o principal porto ucraniano. Especialistas dizem que esse foi o maior ataque russo desde o começo da guerra.
Na B3 o milho registrou alta de 0,60%, movimento que foi sustentando pela alta do milho em Chicago e por um dólar mais firme. Hoje o contrato setembro encerrou cotado a R$60,45.
A expectativa para a bolsa brasileira no início do dia era positiva, dois fatores ligados a Vale – uma das mais importantes empresas do índice – chamavam a atenção dos investidores. O primeiro deles é que os futuros do minério de ferro subiam mais de 3% e a outra estava ligada a troca do CEO da empresa, que nomeou Gustavo Pimenta para o cargo.
Essa nomeação foi bem-vista pelo mercado e as ações da empresa se valorizam no momento 3,40%. Essa alta na Vale ajudou o IBOVESPA a se manter no campo positivo, o principal índice brasileiro se encaminha para o fechamento com uma alta de 0,10%.
Demais bolsas ao redor do globo operaram estáveis ao longo do dia. Na Ásia/Pacífico as bolsas fecharam em leve queda, com o índice da Corea do Sul sendo o mais negativo, o Kospi caiu 0,51%.
Na Europa as bolsas fecharam em leve alta, destaque para a bolsa espanhola que subiu 0,55%. Nos EUA as bolsas operaram com baixa volatilidade e se encaminham para o fechamento com valorização de 0,20%.
Por lá, investidores aguardam ansiosamente pela publicação do balanço da gigante Nvidia. A expectativa é que os lucros da empresa venham acima do projetado pela empresa.
O balanço será publicado amanhã após o fechamento do mercado.