Fretes de grãos registram um aumento excepcionalmente moderado neste ano, devido à lenta comercialização da safra de milho 2022-23 e aos atrasos na colheita no estado de Mato Grosso.
Esperava-se um aumento significativo nos fretes de grãos nesta época da colheita, como foi o caso em 2022. Porém, as vendas da safra e o atraso nas atividades de colheita de Mato Grosso estão impedindo que os valores aumentem mais acentuadamente, mesmo com a previsão de produção recorde.
A variação anual é maior nas rotas para o Arco Norte e em novos pontos de transbordo, como o terminal ferroviário de Rio Verde, em Goiás, devido à maior oferta de veículos nesses corredores, o que também contribui para fretes mais baixos. A disponibilidade de motoristas de caminhão é maior nas rotas do Arco Norte do que no Sul, devido ao fluxo de exportações.
O frete na rota Sorriso-Miritituba teve preço médio de R$300/t no início de julho, ante R$373/t no mesmo período em 2022. O trecho Sinop-Miritituba ficou em R$288/t, em comparação com R$345/t no mesmo período do ano passado.
De acordo com análise da Argus,os fretes nas rotas com destino aos portos do Sul e Sudeste, especialmente Paranaguá e Santos, estão em níveis semelhantes ou acima dos registrados em 2022. Caminhões estão menos disponíveis nesses corredores, embora haja volumes significativos de grãos a serem transportados, o que significa que as tarifas de frete devem aumentar para atrair motoristas.
O frete na rota Rondonópolis-Santos, no início de julho, estava em R$415/t, o mesmo preço nessa época em 2022. O trecho Rondonópolis-Paranaguá atingiu R$415/t, acima dos R$410/t em julho de 2022.
O serviço de transporte rodoviário de grãos funciona como qualquer outro produto. Quando há uma necessidade maior de transportar as mercadorias, os preços de frete tendem a subir. Da mesma forma, os preços caem quando a demanda por transporte diminui. A disponibilidade de caminhões também influencia os preços do frete.