Fogo ameaça área do tamanho de 300 mil campos de futebol no Pantanal

Passa ano, chega ano e a história se repete. O Pantanal Matogrossense, uma das belezas naturais mais encantadores do planeta, novamente vive sob a sombra da vulnerabilidade. O Pantanal é uma das maiores extensões úmidas do mundo, localizado no coração da América do Sul, dentro da bacia hidrográfica do Alta Paraguai.

Ao todo, são 9 milhões de hectares de imensa fauna e flora. Entretanto, novamente, ela está ameaçada e diante de uma das temporadas mais destruidoras pela ameaça de incêndios incontroláveis. Somente nas duas primeiras semanas deste mês, os focos de incêndio são quase 700% maiores que o mesmo período do ano de 2020, tido como o pior dos últimos tempos.

As primeiras labaredas de fogo chegaram mais cedo nesse ano, pegando equipes de combate em fase de contratação de pessoal. Tradicionalmente, o período mais crítico é de agosto a outubro.

O período de seca agrava ainda mais esse cenário e a tendência é só piorar. Brigadas federais foram contratadas pelo Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, com base em portaria publicada em abril. Perto de 100 brigadistas foram contratados para combater os incêndios no bioma. Há possibilidade de reforço.

Os trabalhos concentram-se em um corredor da biodiversidade do tamanho de 300 mil campos de futebol. A imensa área fica na divisa do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e a fronteira com a Bolívia. No local vivem centenas de espécies de animais como jacaré, onça-pintada, jaguatirica, anta, cotia e tatu-canastra.

Fogo destrói tudo por onde passa: fauna e a flora sob as chamas

Em 2020, as chamas consumiram 43% de locais nunca queimados, provocando uma mortandade geral. Ao todo, o fogo afetou 39 mil quilômetros quadrados e pelo menos 17 mil animais mortos, conforme a Scientific Reports, do grupo Nature.