O feijão é um dos alimentos mais comuns no Brasil, e tem uma história que remonta há mais de 7 mil anos. Conheça um pouco mais sobre a história do grão, suas características e números de exportação brasileira.
O feijão é um dos alimentos mais antigos já registrados pela humanidade. Diferentes tipos da planta, mais similares às lentilhas, já eram cultivadas e difundidas no Egito e na Grécia antiga. Pelo seu fácil cultivo e durabilidade, o grão era considerado a comida dos guerreiros e foi transportado por exércitos, se difundindo por todo o mundo.
Os tipos de feijão que conhecemos no Brasil e na América Latina têm uma origem mais próxima. Arqueólogos e botânicos acreditam que os tipos selvagens que deram origem aos feijões atuais têm três centros primários de diversidade genética, ou seja, três pontos de onde teriam derivado as principais espécies que são cultivadas hoje. Os pontos são a América Central, perto do atual México, no sul dos Andes (Peru) e no norte dos Andes (Colômbia).
O feijão se tornou um dos principais alimentos da dieta de diferentes povos indígenas da América Latina, e chegou a Portugal no século 16, onde se espalhou por todo o mundo. Vale ressaltar que outras regiões tem diferentes genótipos do feijão, que era fonte de dietas de diferentes povos antes da chegada do grão americano.
Dessa origem surgiu o que hoje é conhecido como o feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris), essas plantas dão origem a uma grande variedade de feijões, que se adaptam melhor a diferentes regiões e diferentes climas.
O Brasil é um dos países com maior variedade do grão, e onde o feijão tem maior importância alimentar e cultural. Assim, o País alcançou o posto de terceiro maior produtor no mundo, atrás apenas de Índia e Mianmar. Veja os tipos mais comuns de feijão e seus usos principais.
A plantação de feijão é fundamental para a alimentação dos brasileiros e para o agronegócio do País. Como tem um ciclo curto, os produtores podem conseguir até três safras em um ano, dependendo da região.
A semeadura da primeira safra ocorre durante o período das águas, entre setembro e novembro. Na segunda safra, acontece no período da seca, entre janeiro a março, e na terceira época (ou outono-inverno), entre maio e julho. Os meses variam de acordo com o Estado, e algumas regiões não possibilitam as três safras, pois os feijoeiros não são muito resistentes ao excesso de água e as geadas.
A temperatura média ideal para a produção de feijão é entre 18ºC e 24ºC, em regiões com média climática diferente pode haver atraso e redução na germinação, atraso no desenvolvimento e abortamento de grãos.
A quantidade de chuvas ideais para a produção de feijão é entre 300 milímetros a 400 milímetros de precipitação, preferencialmente bem distribuída até antes da colheita. Chuvas em excesso podem causar o surgimento de doenças e reduzir o tamanho dos grãos.
A chuva na época da colheita dificulta a retirada do grão e diminui a qualidade do produto. A falta de chuva também causa abortamento de flores e a diminuição da qualidade do grão.
O Brasil tem ganhado destaque com as exportações de feijão. Segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), o País atingiu o maior número de exportações em 2021, com mais de 200 mil toneladas embarcadas, o que gerou uma movimentação de mais de US$ 1 bilhão para o setor.