Os contratos negociados com soja nos futuros de Chicago (CBOT) continuam perdendo força. Operando nessa manhã de quarta-feira, 28/06, em baixa de 18 cents, a U$ 13,77/agosto. Depois de um longo período de estiagem, os estados centrais de cultivo dos EUA voltaram a receber melhores chuvas. Ontem, as perdas ficaram entre 25 e 30 cents nos principais vencimentos.
De acordo com o analista de mercado Camilo Motter, da Corretora Granoeste de Cascavel/PR, os preços, que contavam com um prêmio climático de cerca de U$ 2,00/bushel, conquistados com as preocupações relativas à estiagem, estão num momento de devolução de parte destes ganhos. É sintomático, os vencimentos mais à frente, relativos à nova safra norte-americana, são os mais pressionados.
Nesta sexta-feira, dia 30, o USDA vai divulgar dois importantes relatórios, com potencial para mexer na formação do preço: relatório trimestral de estoques e relatório final de plantio, ambos referentes aos EUA.
Em relação ao plantio, o mercado aguarda uma área semeada com soja, nesta estação, de 35,5MH, uma extensão muito similar aos 35,4MH cultivados no ano passado e também em linha com a primeira intenção de plantio, divulgada em fins de março.
No outro relatório, o mercado aguarda estoques de soja em solo norte-americano, em primeiro de junho, de 22,0MT, uma redução de 20% no comparativo com as 26,35MT de primeiro de junho de 2022. Ao final do trimestre anterior, em primeiro de março, os estoques eram de 45,9MT.
O mercado doméstico volta a ficar lento diante das perdas externas. Câmbio, em alta de mais de 1%, ajuda a compensar a queda na CBOT. Produtores seguem atentos em relação à evolução da safra norte-americana. Além disso, os principais estados têm indicativo de melhor retorno de chuvas. Os primeiros plantios começam a entrar na fase de floração.