Em meio a discussões acaloradas, teve início na quarta-feira, 17/05, à tarde a CPI do Movimento dos Sem-Terra. De um lado, deputados defensores do agronegócio e discípulos do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, declarado apoiador do agronegócio brasileiro. Do outro, os deputados de esquerda, defensores dos movimentos sociais e do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
A CPI do MST foi instalada oficialmente, tendo na presidência o deputado federal, tenente-coronel Zucco (Republicanos/RS) e na relatoria, o deputado e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (PL/SP).
Os deputados Kim Kataguiri, delegado Fábio Costa e Evair de Melo, são os vice-presidentes, respectivamente. “Se hoje podemos tomar café, almoçar e jantar, é porque lá no campo está o produtor rural, faça a chuva ou faça sol, garantindo o alimento à nossa mesa”, disse Zucco, ao iniciar o seu pronunciamento.
A comissão investigará principalmente os meios de financiamento das invasões de terras, promovidos pelo MST e outros meios que se dizem “defensores” da reforma agrária.
O relator da CPI do MST, deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi duramente criticado pela parlamentar Sâmia Bomfim, que teceu várias acusações contra ele, logo após ser indicado para relatoria. Salles disse que a comissão vai “desnudar o que está por trás das recentes invasões de terras em todo o Brasil. De janeiro até agora, já são 56, ou seja, mais de 180% em comparação aos quatro anos do último governo.
A CPI do MST terá 27 titulares e o mesmo número de suplentes. Os membros são designados pelos líderes partidários. Já as comissões contam com poder de investigação em conformidade com as autoridades judiciais. Elas podem convocar autoridades, fazer a reivindicação de documentos e quebrar sigilos por intermédio do voto da maioria dos membros.
A CPI do MST vai ocorrer ao longo dos próximos 120 dias. Seu término tem previsão para 28 de setembro. As reuniões serão nas terças e quintas.