Durante os meses de setembro e outubro é o momento de plantio da safra de arroz em todas as regiões do país, menos no Sudeste. Um dos mais importantes grãos cultivados no Brasil, o arroz é conhecido por ser um dos alimentos mais presentes na mesa de todo brasileiro.
Quando se fala em números, de acordo com dados do 12º Levantamento Safra 22/23 da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), estima-se que a safra de arroz está projetada em 10 milhões de toneladas. E, para que se tenha esses números, a aplicação de defensivos agrícolas, principalmente neste período de plantio, é fundamental para combater as principais pragas deste grão. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), durante o período de outubro a dezembro é o momento em que ocorre 59% da aplicação de defensivos para proteção de cultivos.
O combate a pragas é um dos maiores desafios da agricultura no Brasil, por ser um país tropical (quente e úmido) e um dos únicos a ter mais de uma safra anual. Além de interferir na qualidade dos alimentos, uma quebra de safra por ataque de pragas consequentemente leva ao aumento de preços do produto.
Para o Sindiveg, as tecnologias de proteção de cultivos são fundamentais para que os produtores agrícolas mantenham o alto nível de produtividade, e assim garantindo à sociedade a crescente demanda por alimentos e fibras. O sindicato incentiva a aplicação correta e segura, pois isto significa aumento de produtividade no campo porque os defensivos agrícolas permitem que as plantas cresçam e deem frutos, ao protegê-las do ataque e da proliferação de pragas, doenças e plantas daninhas.
Veja quais são as principais pragas do arroz os prejuízos que elas causam:
Capim Arroz - Planta daninha que ocorre tanto em solos secos como inundados. Pertencente à família das gramíneas, pode chegar a medir até 1,4 metros de altura. Interfere no crescimento da cultura e reduz o rendimento dos grãos de arroz.
Brusone - A brusone é a doença do arroz mais expressiva no Brasil e no mundo, provocando perdas significativas no rendimento das cultivares suscetíveis, quando as condições ambientais são favoráveis. As perdas na produtividade devido à brusone dependem, principalmente, do grau de resistência da cultivar, do estádio em que a lavoura é afetada e da severidade da doença. Os danos causados pela brusone em arroz podem ser reduzidos significativamente através de práticas culturais, uso de fungicidas no tratamento de sementes e em pulverizações da parte aérea e pelo uso de cultivares moderadamente resistentes.
Mancha-parda - Em termos de perdas, a doença carrega o estigma de ter causado a famosa “fome de Bengala”, em 1942. Embora a doença tenha expressado seu potencial destrutivo naquela ocasião, as perdas atribuídas a ela não são tão drásticas. A mancha parda é favorecida pelo excesso de chuvas e pela baixa luminosidade durante a formação dos grãos. Alta umidade e temperaturas entre 20°C e 30°C são condições ótimas para o desenvolvimento da doença. Em ataques severos todos os grãos da panícula ficam manchados, resultando em espiguetas vazias e, consequentemente, em redução do peso destes. No beneficiamento os grãos manchados apresentam gessamento e coloração marrom-escura, interferindo na qualidade final da cultura.
Bicheira-do-arroz - Oryzophagus oryzae é uma das espécies de insetos que mais causa danos à cultura do arroz irrigado no Brasil. Os cultivares precoces tendem a ser mais danificados do que os tardios. Em arrozais plantados a mais tempo, podem causar prejuízos de 20 a 30%.
Pulgão-da-raiz - A população desse inseto é formada de fêmeas que se reproduzem sem acasalamento. Tanto as formas jovens como as adultas removem fluidos das plantas. Quando ocorrem em grande número, causam alteração no sistema radicular, amarelecimento das folhas e paralização do crescimento das plantas. Os prejuízos são maiores nos anos de seca. Estes pulgões, além de sugarem a seiva das raízes, injetam toxinas, causando amarelecimento das plantas e paralisando o crescimento.
Lagarta-da-panícula - Como as lagartas são difíceis de serem encontradas, é importante que após a emissão da panícula, sejam realizadas amostragens diárias, preferencialmente ao final da tarde, onde algumas lagartas podem ser encontradas nas folhas superiores. Além disso, ao abrir as plantas verificar se há parte das panículas ou grãos caídos no chão. Quando isto ocorre, os sintomas vão aumentar e medidas de controle devem ser adotadas, pois os prejuízos podem chegar a 20%.
Capim-braquiária - O capim braquiária é uma forrageira de origem africana que está adaptada desde as regiões do Sul do Brasil até o Sul dos Estados Unidos. Apresenta um ciclo anual, com hábito decumbente, boa ressemeadura natural e longo período vegetativo se bem manejado, nasce espontaneamente como invasora em lavouras de verão quando apresenta a maior produção de forragem, perdurando até o início do outono, florescendo e desaparecendo com o frio. Capim braquiária é muito agressivo na cultura do arroz, podendo reduzir até 90% da produtividade e 60% no desenvolvimento das plantas de arroz.
Tiririca - Planta invasora comum em terrenos úmidos. Espécie infestante em cultura de arroz irrigado, canais de irrigação e drenagem, margens de estradas e prefere solos inundados ou úmidos. Infesta, também, pastagens e gramados, mas pode ser invasora em culturas anuais. Perdas de até 50% da produtividade e desenvolvimento de plantas.
Bicheira-da-raiz - Tanto os adultos (gorgulho-aquático) quanto as larvas (bicheira-da-raiz) ocasionam danos à cultura do arroz irrigado em intensidade variável, dependendo do grau de infestação, do sistema de cultivo, da cultivar e da época de semeadura. No entanto, a fase de larva, que fica submersa no solo inundado, é a mais prejudicial à produtividade. Os adultos, ao entrarem na lavoura atacam as folhas, deixando cicatrizes longitudinais brancas, não causando danos. Em seguida, as fêmeas põem os ovos nas folhas e colmos, acima da lâmina da água surgindo as larvas que se alimentam no local da postura, e após 1 a 2 dias chegam às raízes, onde surgem as pupas.