Soja opera sem direção clara em Chicago e mercado segue pressionado
Mercado da soja segue atento ao avanço da colheita no Brasil e ao impacto da maior oferta sobre os preços
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) seguem operando sem um rumo definido, após uma sequência recente de pregões marcados por pressão negativa. Na semana passada, as cotações acumularam perdas próximas de 3% e, desde o início do mês, a desvalorização já supera 6%.
Na manhã desta segunda-feira, o contrato janeiro era negociado a US$ 10,78 por bushel, com leve alta. Apesar da retomada das compras chinesas nos Estados Unidos, que já somam cerca de 8 milhões de toneladas, o ritmo dos embarques continua lento, o que limita movimentos mais consistentes de recuperação.
Segundo análise da Granoeste, o mercado permanece atento à virada de estação e ao avanço da oferta global, fatores que seguem influenciando diretamente o comportamento dos preços internacionais.
Brasil entra no radar do mercado
No Brasil, a proximidade do início da colheita reforça o cenário de pressão. Com condições climáticas favoráveis, o país caminha para mais uma safra recorde, o que amplia a expectativa de maior disponibilidade de produto nas próximas semanas.
Levantamento do grupo Safras indica que o plantio da safra brasileira de soja alcançou 95,1% da área estimada, percentual inferior aos 97,9% registrados no mesmo período do ano passado e também abaixo da média histórica de 96,5%. Ainda assim, o bom desenvolvimento das lavouras sustenta a projeção de elevada produção.
No mercado interno, a oferta segue confortável. Com isso, os preços tendem a permanecer mais estáveis, sem os picos normalmente observados no período de entressafra. Atualmente, o diferencial entre a soja disponível e a soja da safra nova chega a até R$ 10,00 por saca.
Outro ponto de atenção é a necessidade de liberação de espaço nos armazéns, o que pode aumentar a oferta no curto prazo. Nos portos brasileiros, os prêmios seguem pressionados, com indicações no mercado spot entre 100 e 120 pontos, enquanto para janeiro variam de 35 a 70 pontos e, para março e abril, de 10 a 25 pontos.
No mercado físico, as indicações de compra no oeste do Paraná variam entre R$ 131,00 e R$ 132,00 por saca. Em Paranaguá, os preços ficam na faixa de R$ 142,00 a R$ 143,00, dependendo do prazo de pagamento e das condições de embarque.

Camilo Motter
Possui graduação em Jornalismo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos(1981), graduação em Economia pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Cascavel(1985), especialização em Teoria Econômica pela Universidade Federal do Paraná(1989) e mestrado em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina(2001). Tem experiência na área de Economia. Atuando principalmente nos seguintes temas:Maximização da Renda, Informação, Comercialização. É diretor da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR.