Soja avança com leve alta em meio à cautela global e prêmios mais firmes no Brasil
Cotações em Chicago operam com ganhos moderados enquanto mercado segue atento ao ritmo fraco de compras chinesas e às condições de clima na América do Sul
O mercado da soja iniciou a quarta-feira com leve alta em Chicago, com o contrato a US$ 11,26. Embora o movimento positivo seja discreto, ele reflete um ambiente de cautela que domina as negociações nas últimas semanas. Segundo a Granoeste, o mercado continua “exaurido” pelo ritmo lento das compras chinesas nos Estados Unidos.
Os volumes negociados permanecem muito abaixo do que o governo Trump prometeu no famoso acordo comercial. Até agora, as compras somam no máximo 3,5 milhões de toneladas, muito distante do esperado. Além disso, surgiram novos rumores de que a China tem buscado soja no Brasil, evitando o produto norte-americano e ampliando a pressão sobre a CBOT.
A Casa Branca também sinalizou que deve ativar, na próxima semana, um programa de apoio direto aos produtores dos EUA. Essa indefinição, combinada à disputa comercial, mantém o mercado lateralizado, alternando altas e baixas de curto prazo.
As atenções seguem divididas entre o avanço das negociações entre EUA e China e o clima na América do Sul. No Paraná, o DERAL indica que 99% do plantio está concluído e que a área deve chegar a 5,78 milhões de hectares, com produção estimada em 21,96 milhões de toneladas. A maioria das lavouras apresenta boas condições.
Nos portos brasileiros, os prêmios ganharam força. No spot, as indicações variam entre 100 e 120 pontos; para janeiro, ficam entre 20 e 50, e para março/abril, entre –10 e +10. No oeste do Paraná, as compras aparecem entre R$ 133 e R$ 135, enquanto Paranaguá trabalha na faixa de R$ 142 a R$ 144, dependendo dos prazos de pagamento e do período de embarque.

Camilo Motter
Possui graduação em Jornalismo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos(1981), graduação em Economia pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Cascavel(1985), especialização em Teoria Econômica pela Universidade Federal do Paraná(1989) e mestrado em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina(2001). Tem experiência na área de Economia. Atuando principalmente nos seguintes temas:Maximização da Renda, Informação, Comercialização. É diretor da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR.