Preços da soja registraram leves perdas nos futuros de Chicago na manhã de quinta-feira, 16/02, a U$ 15,25. Na quarta-feira, 15/02, houve queda de 11 cents e no pior momento chegou a 21 de baixa.
De acordo com o analista de mercado Camilo Motter da Corretora Granoeste, de Cascavel/PR a pressão sobre os preços é atribuída ao avanço da colheita no Brasil, que deve entregar uma safra recorde, acima de 150,0MT, bem como melhores chuvas na Argentina e no Sul do Brasil, onde muitas áreas foram castigadas por irregularidades climáticas.
Outro ponto é o baixo esmagamento da indústria norte-americana durante o mês de janeiro. A NOPA informou que foram processadas 4,87MT; em janeiro/22 foram 5,0MT.
Enquanto isto, o analista destaca que na Argentina, em razão da grande quebra de safra que se avizinha e da perspectiva de falta de matéria prima, algumas indústrias estão recomprando (operações de wash out) posições de farelo e óleo vendidos antecipadamente.
Ainda na Argentina, relatos indicam que o país deixará de semear, entre soja e milho, quase 1,0 milhão de hectares em razão da estiagem. O Ministério da Agricultura estima produção de soja em 38,0MT, queda de 12% sobre a também castigada safra do ano passado.
Segundo Motter, o mercado brasileiro, os preços se mantêm pressionados e giram no pior nível em meses. Isto deixa o fluxo lento, depois de certa melhora no ritmo de negócios na semana anterior. O avanço da colheita e a perspectiva de safra cheia limitam o potencial de ganhos na CBOT e derrubaram os prêmios nos portos. Paralelamente, o custo do transporte não para de surpreender.