A Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) debateu, na quarta (1º), como o agro pode contribuir com a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs) e as alternativas para pagamentos por serviços ambientais no mercado de carbono.
Uma das convidadas para o encontro foi Daniela Lerário, da Climate Champions, que apresentou a campanha global Race to Zero, para zerar as emissões de carbono até 2050. “O Brasil tem contado pouco o que tem feito, mas tem muita tecnologia e conhecimento para início imediato”, comentou Daniela.
Segundo o presidente da Comissão, Muni Lourenço, a CNA vai fazer uma análise interna e apresentar à diretoria da entidade um parecer técnico sobre a proposta.
Outro item da pauta foi a sugestão de alternativas para pagamentos por serviços ambientais no mercado de carbono.
Samanta Pineda, da empresa Statera, falou sobre a proposta de criação de uma plataforma que apresente metodologias e indicadores feitos no Brasil, levando em consideração as características da produção agropecuária, para que o produtor rural possa mensurar o crédito de carbono gerado na sua propriedade.
A advogada mostrou exemplos de como funcionaria essa mensuração com base na Plataforma de Negócios em Bens e Serviços Ambientais e Ecossistêmicos de Mato Grosso (PNBSAE/MT), criada em 2010, e sugeriu um protocolo entre CNA e a Statera para construção da plataforma.
Segundo ela, será um ambiente de desenvolvimento da metodologia para facilitar ao produtor a geração e venda de serviços ambientais, reduzindo tempo e custo de geração e de projetos, democratizando o acesso a créditos por meio de títulos verdes, busca de recurso externo para levar ao produtor financiamento dos projetos necessários à formação de base de dados das políticas ambientais de setor.
“Vamos partir para ação e transformar o produtor rural brasileiro no maior produtor de serviços ambientais do mundo,” afirmou.
O coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias, afirmou que a Confederação tem trabalhado para entregar soluções para que o produtor se regularize e, ao mesmo tempo, entenda que o esforço dele para se regularizar tem retorno com os pagamentos por serviços ambientais.
“Queremos mostrar que vale a pena fazer isso e essa proposta é importante para fechar um pacote de oferta que queremos levar ao produtor rural”.
Como encaminhamento, a comissão irá discutir a proposta e elaborar um estudo de caso para entender o passo a passo da construção de um projeto de crédito de carbono, os problemas e dúvidas que o produtor poderá ter nesse processo.