Os bancos privados cada vez mais estão atuando na concessão de linhas de financiamentos para o agronegócio. No dia 16 de maio, o Bradesco, um dos maiores bancos privados do Brasil, anunciou que começou a oferecer uma linha de crédito rural em dólar com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em abril, o BNDES anunciou a nova modalidade de uso de uma taxa fixa, em dólares americanos, para operações no âmbito do produto BNDES Crédito Rural para a aquisição de máquinas e equipamento agrícolas. Segundo a instituição o objetivo é ampliar e diversificar alternativas de crédito agropecuário a custos mais competitivos para esse segmento, intensivamente exportador.
Atualmente, o produtor rural conta com três tipos custos financeiros básicos na formação da taxa final para o financiamento do BNDES Crédito Rural: Taxa Selic, TLP (Taxa de longo prazo do BNDES) ou a Taxa Fixa do BNDES.
Com a criação da linha com taxa fixa em dólares, a expectativa é de potencial de crédito superior a R$ 2 bilhões por ano para operações que utilizem esse custo financeiro.
A novidade deve contribuir para a ampliação da mecanização, renovação e atualização tecnológica da frota de tratores e colheitadeiras agrícolas, viabilizando maior produtividade no campo.
O Bradesco é um dos bancos privados que está utilizando esse novo produto para oferecer o financiamento de máquinas agrícolas para produtores rurais e cooperativas de produção agrícola que possuem receitas em dólar ou atreladas à moeda americana.
A previsão do banco é conceder um volume de cerca de R$ 1 bilhão com a nova linha. As taxas serão a partir de 7,59% ao ano + variação cambial, com prazos acima de 24 a 120 meses e carência de até 24 meses.
José Ramos Rocha Neto, vice-presidente do Bradesco, destaca que o banco é o maior agente financeiro de repasses do BNDES. "Esta linha, com um custo mais atrativo, tem o potencial de tirar da gaveta muitos projetos de expansão”, afirma.
Para ele, os choques de preços causados pela pandemia e guerra da Ucrânia acabaram encarecendo as operações indexadas em dólar, o que levou muitos produtores e cooperativas, que possuem receitas atreladas à moeda americana, postergaram os investimentos devido aos custos financeiros. "Com esta nova linha, essa questão caminha para a normalização”, complementa.
O Bradesco há anos vem se destacando no setor deo agronegócio. Em 2023, bateu recorde no volume de negócios para aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas na 28 edição da Agrishow de Ribeirão Preto, atingindo a marca de R$ 3 bilhões. O valor representa crescimento de 100% em relação ao ano passado.
O vice-presidente do Bradesco destaca que, como maior banco privado do agronegócio, a instituição tem forte participação em toda a cadeia do agronegócio brasileiro. "Acreditamos que o volume de crédito deve encerrar o ano de 2023 acompanhando o impulso do segmento".