Abril foi um mês mais úmido e mais quente do que o normal em muitas áreas do Brasil. A disponibilidade de umidade e de calor associada a vários dias com influência de circulação ciclônica de ventos em vários níveis de altitude da atmosfera, a presença ativa da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT)e a passagem de frente frias, que chegaram até ao litoral sul da Bahia, produziram muitas áreas de instabilidade sobre o país.
A ZCIT atuou na costa norte do Brasil influenciando toda faixa do extremo norte do país, entre o Amapá e o Rio Grande do Norte. No Nordeste, a passagem de uma Onda de Leste causou muita chuva em João Pessoa, Recife, Maceió e Aracaju.
Para o balanço do volume de precipitação de abril, a Climatempo considerou o maior acumulado entre medições automáticas e manuais de capitais que possuem as duas formas de estações meteorológicas. Em algumas capitais foi considerada apenas a medição automática, pois não há leitura manual dos instrumentos, ou deixou de existir.
Excepcionalmente os acumulados de Porto Velho e de Recife não foram do Inmet. O volume de chuva em abril em Recife foi o maior entre as estações do
Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e para o Porto Velho, foi considerada a medição feita pela Agência Nacional das Águas (ANA).
Foram consideradas as médias históricas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o período de 1991 a 2020, exceto para as capitais Campo Grande e Rio De Janeiro.
Para a Campo Grande, foi considerada média histórica para o período de 1981 a 2010. Para o Rio de Janeiro foi usada a média de precipitação do Sistema Alerta Rio, da prefeitura do Rio de Janeiro, calculada para o período de 1997 a 2021.
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Das 27 capitais brasileiras, 14 terminaram abril com mais chuva do que o normal e 13 com menos chuva do que a média histórica.
Boa Vista, capital de Roraima, acumulou do dobro da média de chuva para abril e teve a maior porcentagem positiva. Abril marca o início do período chuvoso em Roraima e em geral não é um mês de chuva volumosa. Foram acumulados 265,4 mm em abril de 2023 e a média para o mês é de 146,5 mm.
Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, destacou-se em abril de 2023 pela falta de chuva, reflexo ainda do fenômeno La Niña, que dificulta a ocorrência de chuva neste estado brasileiro. Com apenas 35,4 mm acumulados (medição automática), a capital gaúcha teve a maior deficiência em relação à média entre as capitais brasileiras. Choveu 70% abaixo da média que é de aproximadamente 114 mm.
Porto Alegre teve o terceiro abril mais seco desde 2014. Segundo dados do Inmet, em 2022 choveu 108,4 mm em abril, em 2021, 26,4 mm e em 2020, 267,9 mm.
A capital brasileira que acumulou o maior volume de precipitação em abril de 2023 foi em Macapá, capital do Amapá, onde choveu 383,8 mm, pela medição automática do Inmet.
As capitais Macapá, Teresina, São Luís, João Pessoa e Belém terminaram abril de 2023 com mais de 300 mm acumulados. Por si só, esta quantidade de chuva é muito grande em um único mês. Mesmo São Luís e Belém tiveram menos chuva do que a média para abril, pois as médias para abril superam os 400 mm.
A capital que recebeu menos chuva em abril de 2023 foi Porto Alegre. Na medição automática feita pelo Inmet, a capital do Rio Grande do Sul acumulou apenas 35,4 mm nos 30 dias de abril.
Todas as capitais da Região Sul e a maioria das capitais das Regiões Norte e Nordeste terminaram abril com volumes de chuva de um pouco abaixo a muito abaixo da média. As capitais do Sudeste e do Centro-Oeste receberam mais chuva do que a média para abril.