As cotações do trigo abriram a sexta-feira, 22, em queda em Chicago, mas voltaram a subir novamente, ainda impulsionadas pelas incertezas do conflito na Ucrânia. O que chamou atenção foi a grande amplitude entre a máxima e a mínima: o fechamento foi de apenas 5,25 cents de alta, mas esta amplitude da movimentação do dia foi de 31,5 cents durante a sessão, o que mostra o nervosismo e a insegurança do mercado.
Aparentemente, tudo pode acontecer, inclusive um agravamento da guerra, tornando-se um conflito maior. E, a cada dia, isto fica mais claro, para nós, porque Putin meteu a mão numa cumbuca e a única forma de sair dela é agravar a situação (como a convocação de reservistas e uso de bomas atômicas, mas, sejamos francos, mesmo que as use, ele não ganhará a guerra), então, este conflito tem tudo para ficar pior e não parar agora, só quando ele for deposto ou morrer. Isto poderá, sim, elevar a médio e longo prazo as cotações do trigo em Chicago, eventualmente até os níveis em que já estiveram.
Então, nossa recomendação é aguardar mais um pouco, para ver com mais clareza a direção que os fatos podem tomar. Mas, se alguém quiser garantir o retorno dos investimentos feitos no trigo, pode acompanhar as cotações e fixarpreços à medida que forem ocorrendo as oportunidades.
EXPORTAÇÃOFato importante será a elevação de Chicago para um nível que poderá mexer com a exportação no Brasil e, com ela, o escoamento de boa parte da produção do Rio Grande do Sul e a consequente elevação dos preços internos. Como mostramo no gráfico, este nível ainda não foi alcançado, mas ficou mais próximo do que estava na semana passada. Estaria por volta de $ 980/bushel em Chicago. Este nível, mais umprêmio aproximado de 72 cents/bushel do mercado físico, equivaleriam a algo como R$ 2.010,00 sobre rodas em Rio Grande ou R$ 1.900 no interior ou R$ 114,00/saca para o agricultor, que seria um preço lucrativo para esta temporada.
