Com a chegada do inverno as principais regiões produtoras de tomate do Brasil passam a enfrentar um período de seca, entre julho e agosto. Isso acende um alerta para o agricultor, que deve passar a ter cuidados redobrados com as traças-do-tomateiro ou Tuta absoluta (Meyrick); Mosca-branca, Bemisia tabaci (Gennadius) biótipo B e ácaros.
Segundo Dias, já houve casos de lavouras, com alto ataque de traças, de não haver colheita, são casos extremos, mas acontece. Também é comum a traça riscar o fruto e assim comprometer o seu valor de mercado. Se uma caixa de tomate seria vendida a R$100,00, com esses ataques, passa a valer R$ 30,00, além disso, há desfolha e com isso impacto na capacidade de fotossíntese da planta, alterando desenvolvimento vegetativo e reprodutivoenbsp; da mesma”, pontua o profissional.
Outros problemasA Mosca-branca também é outra vilã do tomateiro, que em cenário favorável ao seu desenvolvimento se torna incrivelmente agressiva, provocando enormes perdas na produção. Os danos diretos são o ataque aos frutos, com liberação de uma toxina excrementos com alta concentração de açucares, que favorece o aparecimento de estruturas escuras de fungos (fumagina).
Além disso, os tomates têm amadurecimento desigual e ficam com a parte interna parecendo um isopor, o que os deixam impróprios para o comércio. E ainda danos indiretos, pois pode transmitir dois tipos de vírus à planta: os geminivírus e os crinivírus. Por isso, o produtor deve ter atenção especial com todos os estágios de desenvolvimentoenbsp; da praga, ovo, ninfa e adulto, adotando manejo comenbsp; aplicações de controle semanais assim que identificada a presença dos insetos na área. “Ela pode causar em plantas mais novas a virose, na mais adulta, já colhendo, causa danos ao fruto, manchando-o e sem uma boa coloração, perde valor de mercado também. Nas plantas novas, se tiver problema de virose, a produção pode cair de 30 a 40%”, ressalta Dias.
Outra preocupação é com o ácaro, que causa no tomateiro o amarelando das folhas, perdendo a capacidade de fotossíntese e assim diminuindo a produção principalmente da ponteira da planta, interferindo na qualidade de fruto e até produção total por área, estimada em redução de 5% a 10%. “Para se evitar tudo isso é preciso acompanhamento semanal, com verificação visual, já que ácaro não tem prevenção”, reforça o consultor.
Raiz é estratégiaO engenheiro agrônomo, Jairo Augusto de Oliveira, fala que além do manejo fitossanitário, é preciso cuidados com o solo e a nutrição das plantas para passar períodos de estresse como o da estiagem. Segundo ele, um bom enraizamento de planta ajuda bastante os tomateiros nos próximos meses e ainda conhecer a área de plantio.
“Também estamos vendo resultado de produtos botânicos superiores aos químicos à campo, já que as pragas têm desenvolvido resistência a essas formulações sintéticas e esses extratos agem nelas por mecanismos com diversas moléculas e modos de ação, não conseguindo elas driblá-los”, afirma o engenheiro agrônomo.
Produto com extrato de duas leguminosas indianas, a Pongamia e Azadirachta, que juntas têm sinergia e efeito superior do que quando utilizadas de maneira individual é uma boa alternativa. A solução ataca as pragas de diversas maneiras, obrigando-as a parar de se alimentar, de se locomover. Tem efeito antioxidante, que retarda o envelhecimento da planta e a torna com mais vigor e sanidade.