Confederação apresenta posição do agro para a COP 30 destacando agricultura tropical como solução climática
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou nesta quarta-feira (24), em Brasília, a posição do setor para a COP 30. O evento reuniu presidentes de federações estaduais, diretores do Sistema CNA/Senar, autoridades e convidados. Além disso, a entidade lançou o documento “Agropecuária Brasileira na COP 30”, que orienta as discussões da Conferência, prevista entre 10 e 21 de novembro, em Belém (PA).
Segundo Muni Lourenço, presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, o documento mostra que a produção de alimentos desempenha papel crucial no enfrentamento das mudanças climáticas.
“Acreditamos que os negociadores brasileiros usarão este material para levar a visão do agro às decisões da plenária da COP”, disse Lourenço. Ele reforçou que os temas tratados são complexos, mas impactam diretamente milhões de produtores.
Lourenço afirmou que, embora o agro seja afetado por fatores climáticos, também oferece soluções para esses desafios. O documento da CNA destaca temas centrais, como Agenda de Ação, Financiamento, Agricultura e Segurança Alimentar, Balanço Global, Transição Justa, Adaptação, Mitigação, Artigo 6 do Acordo de Paris e Legado da COP 30 na Amazônia. Ele reforçou que, sendo a primeira COP realizada no Brasil, é essencial apoiar o desenvolvimento econômico e social de 30 milhões de brasileiros na região amazônica.
O painel “O que o Agro espera da COP 30?” contou com Roberto Rodrigues, enviado especial da Agricultura, e o professor Daniel Vargas, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Nelson Ananias, coordenador de Sustentabilidade da CNA, moderou o debate e destacou que as práticas do setor trazem retorno ao produtor.
De acordo com ele, o agro já adota agricultura de baixa emissão de carbono e segue um Código Florestal rigoroso. Por isso, a COP 30 precisa reconhecer a agricultura tropical como solução global para os desafios climáticos.
Países com realidades diferentes criaram os critérios internacionais que definem o que é ‘verde’, explicou Daniel Vargas. Consequentemente, isso gera desvantagens para a agricultura tropical.
“O Brasil entra perdendo porque nossos modelos de produção não são reconhecidos pelos padrões internacionais. A COP 30 deve permitir que apresentemos uma agenda climática voltada ao desenvolvimento, segurança alimentar e energética”, afirmou.
Roberto Rodrigues reforçou que a agricultura brasileira já apresenta resultados sustentáveis por meio da ciência e tecnologia. Ele destacou que a COP 30 é oportunidade de mostrar que é possível alimentar o mundo gerando emprego, renda, reduzindo desigualdades e promovendo uma transição energética justa.