Caminho Verde Brasil avança e ganha destaque na COP30
Programa do Mapa promete restaurar áreas degradadas, ampliar a produção sustentável e fortalecer a transição energética no país
Programa Caminho Verde Brasil avança na COP30. Foto: Percio Campos / Mapa
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou, nesta segunda-feira (17), na AgriZone da COP30, em Belém, os avanços do Programa Caminho Verde Brasil durante o painel “Programa Caminho Verde Brasil: avanços, desafios e oportunidades”. A iniciativa prevê a restauração em larga escala de áreas degradadas no país. O assessor especial do ministro e coordenador do programa, Carlos Augustin, detalhou a execução, ao lado de Judson Ferreira Valentim (Embrapa Acre), Gilson Alceu Bittencourt (Banco do Brasil) e Akihiro Miyazaki (JICA).
Augustin apresentou os primeiros resultados e destacou que o programa conta com R$ 30,2 bilhões para financiar a recuperação de terras degradadas. Além disso, ele explicou como funcionam os instrumentos que sustentam a política. Segundo ele, todos os biomas receberão recursos, o que deve aumentar a produção, apoiar a segurança alimentar e impulsionar a transição energética. Dessa forma, o programa busca crescimento sustentável, com desmatamento zero e outras condicionantes ambientais.
O coordenador também ressaltou a importância da cooperação com a JICA, que deve aportar mais US$ 1 bilhão. Com isso, o programa terá recursos suficientes para restaurar até 3 milhões de hectares na primeira fase, fortalecendo a capacidade de execução.
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Parcerias técnicas e expansão sustentável
Segundo Miyazaki, da JICA, a iniciativa cria oportunidades para ampliar práticas sustentáveis no campo. Ele afirmou que a instituição deseja apoiar pequenos e médios produtores com crédito acessível e tecnologia avançada. Além disso, pretende fortalecer a segurança alimentar e ampliar o acesso a energia limpa, tanto no Brasil quanto em outros países parceiros.
A Embrapa oferece suporte técnico-científico ao programa. Para Valentim, os dados mostram que o Brasil possui grande potencial para recuperar pastagens degradadas e convertê-las em áreas produtivas de grãos, fibras e biocombustíveis. Assim, o país consegue enfrentar passivos ambientais ao mesmo tempo em que amplia sua capacidade produtiva.
Gilson Bittencourt, do Banco do Brasil, explicou como o produtor decide recuperar a pastagem. Ele afirmou que a decisão passa por fatores como expectativa de rentabilidade, custo do desmatamento legal ou ilegal e acesso ao crédito. Nesse sentido, o Caminho Verde Brasil apresenta uma solução inovadora, pois exige compromisso com a área a ser recuperada e desmatamento zero.
O investimento em práticas sustentáveis, segundo ele, aumenta a resiliência do produtor diante de eventos climáticos extremos. Além disso, abre espaço para ampliar a produção e desenvolver produtos certificados, que agregam mais valor ao mercado.
Compromisso com a sustentabilidade
O Caminho Verde Brasil pretende restaurar até 40 milhões de hectares de áreas degradadas nos próximos dez anos. O objetivo é impulsionar sistemas agropecuários e florestais sustentáveis sem abrir novas áreas de vegetação nativa. Dessa forma, o programa reforça o papel estratégico do país na pauta global de sustentabilidade, segurança alimentar e energia limpa.
Produtores interessados podem solicitar crédito com juros abaixo do mercado nos dez bancos participantes do leilão: Banco do Brasil, BNDES, Caixa, BTG, Itaú, Bradesco, Santander, Banco Votorantim, Rabobank e Safra. Para isso, precisam assumir compromissos como não desmatar novas áreas durante o financiamento e realizar balanço anual de carbono, entre outras exigências ambientais e trabalhistas.
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