A diversificação de espécies aliada a técnicas conservacionistas melhora, já no primeiro ciclo, a estrutura e a infiltração de água no solo, aponta pesquisa conduzida em Londrina, na região Norte do Paraná. A conclusão é com base no subprojeto “Manejo, Estrutura e Condutividade Hidráulica do Solo”, que faz parte de um estudo maior, chamado “Monitoramento Hidrossedimentológico em Microbacia Hidrográfica e Encosta no Norte do Paraná”. Este, por sua vez, integra a Rede de AgroPesquisa e Formação Aplicada Paraná (Rede AgroParaná), aplicado em outras cinco mesorregiões do Estado, que conta com o apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR.
A docente lembra que os estudos da Rede de Agropesquisa tem uma parcela mantida exatamente do jeito que o produtor rural já trabalha. Uma segunda parcela é feita também como o agricultor faz na sua rotina, mas com a inclusão de terraços. “No subprojeto, foi adicionada uma terceira parcela, onde implantamos a cultura do milho em consórcio com a braquiária, comparando-a com a parcela sem braquiária”, comenta.
O resultado é que, com o terraço, houve ganhos expressivos, com a melhora nos índices de perdas de solo e sedimentos. “E quando agregamos a braquiária, por ela possuir um sistema de enraizamento agressivo e profundo, melhora ainda mais a estrutura do solo, ou seja, confere maior estabilidade para a estrutura. E caso tenhamos problemas de fortes chuvas, isso significa menores problemas com a erosão”, aponta a pesquisadora.
A estudante de doutorado em Agronomia da UEL Smaylla El Kadri Ceccatto sintetiza o objetivo do estudo. “Este projeto avalia, por meio de análise visual, as alterações induzidas pelo uso agrícola na estrutura do solo levando em consideração o grau de compactação, a forma e o tamanho dos torrões, assim como, a presença de fendas [fissuras entre as unidades estruturais]. Correlaciona o manejo realizado nas megaparcelas e no seu entorno com seus efeitos na estrutura do solo e no comportamento da condutividade hidráulica”, explica.