A semana abre em forte alta nos futuros de Chicago, dando sequência aos ganhos apurados nos últimos pregões – alta de 20 cents, a U$ 14,34/agosto – postado nas preocupações com a piora do clima nos campos do Meio Oeste, mais quente e seco, e possibilidade de aumento da demanda, notadamente por parte da China. Nas últimas quatro sessões, os ganhos chegam a 6%, recuperando boa parte das perdas ocorridas desde a virada do mês.
– O mercado busca posicionar-se para o relatório de oferta e demanda de julho, que será apresentado amanhã pelo USDA. A produção deverá ser projetada com cortes, como reflexo da redução da área semeada, conforme apresentado no final do mês de junho – que cortou a área semeada em 1,0MH, para 35,75MH. Analistas ouvidos por agências de notícias esperam uma safra de 122,9MT, ante 126,3MT do mês passado e 120,7MT da última estação. Os estoques também tendem a sofrer alguma redução com consequência da menor colheita.
– Para os estoques finais mundiais em 2022/23, o mercado aposta em algo como 99,2MT, um ligeiro corte sobre as 100,5MT de junho. Já, para esta temporada, analistas esperam um leve aumento, para algo como 86,5MT.
– A produção brasileira deverá se situar em 125,9MT e a argentina, em 43,3MT – um ligeiro corte em ambos os países no comparativo com junho.
– O fator mais importante, porém, é o comportamento climático nos campos de cultivo dos EUA. O monitor de secas indica que as áreas com baixa umidade vêm aumentando nas últimas semanas. Uma análise comparativa dos mapas de seca desta mesma época nos últimos 10 anos, mostra muita similaridade com aquela vivida em 2012, ano de grandes perdas por falta de umidade, que levou a Bolsa de Chicago ao maior nível de preços da história da soja.
– O mercado doméstico segue lento. Os produtores se mantêm avaliando a retomada dos preços externos (sobretudo diante das irregularidades climáticas nos EUA) e da taxa de câmbio, que tendem a resultar em melhores indicações de compra. Porém, fretes em alta limitam a formação do preço no interior.
– Prêmios no spot são cotados na faixa de 160 /170. Indicações de compra entre R$ 188,00/190,00 no oeste do estado; entre R$ 195,00/197,00 em Paranaguá – dependendo do prazo de pagamento e, no interior, também do local de embarque.
