A colheita da soja registrou
um avanço gradual no Rio Grande do Sul na última semana, segundo a Emater-RS/Ascar.
Houve interrupções devido às precipitações, bem como retomada e aceleração após
a diminuição da umidade, no final da semana. Porém, a umidade presente no solo
ainda não permite estender a colheita para o período noturno, pois ocasiona
dificuldades no deslocamento das plataformas de corte, resultando em maior adesão
de solo úmido em suas partes inferiores. A estimativa é de que 8% da área
cultivada tenha sido colhida. A operação deve acelerar nos próximos dias, pois
a área em fase de maturação atinge 42%.
Nas lavouras em estágio
de enchimento de grãos, que representam 46% da área total cultivada, observa-se
pressão significativa de ferrugem-asiática, especialmente nas folhas localizadas
no terço inferior das plantas. Essa situação está sendo continuamente
monitorada e controlada, identificando-se pequenas regiões onde houve queda
precoce das folhas devido ao controle ineficaz à doença.
Bagé - Na região
administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, as precipitações entre
35 e 50 mm, ocorridas na semana anterior, após um prolongado período de
estresse causado pela estiagem, resultaram em melhoria surpreendente no aspecto
visual das lavouras. Por essa razão, os produtores realizaram o manejo
sanitário, principalmente por meio da aplicação de fungicidas e, nas áreas com
maior potencial produtivo, investiram em fertilizantes foliares, visando
estimular o crescimento e a fixação de vagens, além de auxiliar no enchimento
dos grãos.
A reposição da umidade do
solo estabilizou os índices de perdas causadas pelo estresse hídrico. As
estimativas de quebra são de 30%, em Hulha Negra e Candiota, 20%, em Bagé e
Lavras do Sul, e 15% em Aceguá. A incidência de ferrugem nas lavouras ainda é
considerada baixa. Porém, a frequência de períodos úmidos com temperaturas
amenas, que favorecem a doença, preocupa dada a gravidade do problema em outras
regiões do Estado.
Caxias do Sul –
A progressão da colheita ocorre gradualmente, à medida que as lavouras
amadurecem, atingindo aproximadamente 15% da área cultivada. Observa-se, de
modo geral, panorama favorável em termos fitossanitários e de potencial
produtivo da cultura. A expectativa de rendimento médio para a região está
estimada em 3,7 mil quilos por hectare.
Erechim -
Nas regiões de Erechim e Frederico Westphalen e Passo Fundo, a colheita está em
andamento, e a previsão de rendimentos está acima do esperado inicialmente. Até
o momento, 10% da safra foi colhida nessas regiões. Na de Ijuí, o cultivo está
em fase final de desenvolvimento; 65% das lavouras estão com potencial
produtivo definido, enquanto 35% estão em estágios de formação e maturação dos
grãos. A colheita avançou em pequenas janelas temporais, condicionada pela
ocorrência de chuvas. Apenas na tarde de 24/03, a umidade dos grãos reduziu
para o teor entre 13% e 14%, considerada ótima para a colheita. Foram colhidos
10% da área total, e o rendimento médio é considerado muito satisfatório,
atingindo 3,7 mil quilos por hectare.
Pelotas –
A colheita prosseguiu até o dia 20/03, quando foi interrompida por
precipitações generalizadas. Alguns protutores relataram perdas devido ao
granizo e a vendavais, que afetaram partes das lavouras. No entanto, as chuvas
contribuíram para o retorno da umidade ideal no solo, beneficiando as plantas
em estágios de florescimento, formação de vagens e enchimento de grãos.
Essa condição contribuiu
para a recuperação de muitas áreas, compensando as perdas causadas pela
estiagem nas semanas anteriores e tranquilizando, de certa forma, os
produtores. Há perspectivas de boa produtividade. A maioria das lavouras está
na fase de enchimento de grãos (66%), 18% em fase de florescimento, e 13% estão
maduras e prontas para colheita. Até o momento, 3% das lavouras foram colhidas.
Santa Maria -
Na de Santa Maria, 6% das lavouras estão em fase de floração, 51% em estágio de
enchimento de grãos, 33% em maturação, e 10% foram colhidas. A pressão das
doenças fúngicas permanece alta devido à umidade e às temperaturas propícias ao
desenvolvimento dos patógenos.
Há relatos de perdas de
produtividade em razão de problemas climáticos, especialmente em solos rasos
afetados pela breve estiagem. Apesar de colher volumes intermediários, próximos
a 2 mil kg/ha, muitos produtores recorrem ao Proagro em função da inviabilidade
financeira da produção. Além disso, parte dos produtores estão insatisfeitos
com as sementes de tecnologia resistente a pragas devido à baixa eficácia
obtida e à necessidade frequente de uso de inseticidas, o que aumenta os custos
de produção.
Soledade
- Na de Soledade, estima-se que 40% da área está em fase de maturação
fisiológica, e 53% em enchimento de grãos. Apenas 2% da área foi colhida. Os
níveis de produtividade variam entre 2.000 e 4.200 kg/ha, dependendo das
condições do solo, das práticas de manejo agrícola e das tecnologias aplicadas,
ou em casos de curtos períodos de estiagem.