Impacto do dólar soja em outras atividades preocupa Coninagro
Confederación Intercooperativa Agropecuaria expressou preocupação com o impacto que o dólar da soja tem em outras atividades que utilizam derivados de oleaginosas como insumo fundamental na alimentação animal
O vice-presidente da Confederación Intercooperativa Agropecuaria (Coninagro), Elbio Laucirica, expressou preocupação com o impacto que o "dólar da soja" tem em outras atividades que utilizam derivados de oleaginosas como insumo fundamental na alimentação animal, como fazendas leiteiras ou de criação. “Em reunião com outras entidades, destacamos que devido ao desequilíbrio produzido pelo dólar da soja nestas semanas, gerou-se um desequilíbrio nos números da fazenda leiteira e outras produções”, disse a Mesa de Productores Lecheros de Santa Fe (Meprolsafe) em comunicado. E continuou: "Das organizações de produtores expressamos com veemência o grande desequilíbrio que o dólar da soja produziu, não só nos custos de alimentação, mas também no custo dos arrendamentos". Diante da preocupação de que a medida seja prorrogada, responsável pelas Relações Institucionais da Secretaria de Agricultura, Jorge Solmi confirmou que ela não será prorrogada além do prazo original, nem será transferida para outros grãos. Nesse cenário, nesta quinta-feira, 22 de setembro, haverá uma reunião das entidades representativas dos produtores em Arrecifes (Buenos Aires), “para unificar propostas concretas, como alternativas para solucionar o problema”. Entretanto, sempre de acordo com a Meprolsafe, Solmi prometeu que na próxima semana haverá uma nova reunião para apresentar a proposta e trabalhá-la.enbsp;enbsp;
Por fim, a CRA (Confederaciones Rurales Argentinas) divulgou um comunicado no qual questionava "as contradições da política econômica", referindo-se ao incentivo do "dólar soja" que foi posteriormente afetado pelo aumento da taxa do Banco Central e a posterior decisão de proibir a compra de dólares de produtos agrícolas empresas que venderam sua soja por $ 200. “Em primeiro lugar, fica claro que a estrutura do setor agropecuário é desconhecida, onde muitos dos estabelecimentos produtivos são pessoas jurídicas, e não pessoas físicas. Com isso, a medida altera as condições do Programa de Aumento das Exportações”, afirmou a CRA.
Ele também manifestou preocupação com a decisão do BCRA de estender as restrições às importações até o final do ano, "aumentando a incerteza sobre o preço e a disponibilidade de insumos e fertilizantes importados". "A partir do CRA perguntamo-nos como está a ser coordenada a política económica e que tipo de sinais o governo quer transmitir para restabelecer a confiança dos produtores e da população em geral", disparou a entidade. E concluiu: "A mudança permanente nas regras do jogo só gera mais desconfiança, menos investimento e, em última análise, prejudica os incentivos ao plantio e à produção e, portanto, a oferta futura de divisas para a próxima campanha, que vem sendo o objetivo do governo com o Programa de Aumento das Exportações”.