Guerra comercial EUA x China beneficia a soja brasileira
Com as tarifas impostas pelo Governo Trump, a demanda chinesa para soja deve se deslocar para a América do Sul, afirmam analistas de mercado
Tarifas de Trump fazem soja americana perder competitividade no mercado internacional
A guerra comercial entre EUA e China já era esperada pelo mercado. Promessa de campanha de Donald Trump, o embate teve um novo capítulo após a China impor uma retaliação de 10% a 15% sobre produtos agrícolas norte-americanos, incluindo a soja. A medida é uma resposta às novas taxas anunciadas pelo governo americano para os produtos chineses.
Do jeito que as peças no xadrez se posicionam, os movimentos levam os analistas a preverem um redirecionamento da demanda demanda chinesa para a América do Sul. No continente, o Brasil é o principal fornecedor global do grãos e com a nova tarifa, a soja americana perde competitividade no mercado internacional.
Esse fator é um desestímulo às compras chinesas e beneficiadiretamente os negócios com o Brasil.Como grande parte das compras sazonais entre China e Estados Unidos já foi realizada, essa redução na demanda chinesa pelo produto norte-americano tende a elevar os estoques finais do país.
E esse é um fator negativo para a Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).O Brasil está colhendo uma super safra e a China sabe disso, por isso não está tão preocupada. As medidas de Trump estão beneficiando, de uma certa forma, os chineses, pois ao reduzir as compras de soja norte-americana, Pequim aproveita os preços mais baixos do Brasil. Isso garante o abastecimento de seus estoques sem dificuldades.
Isso tudo traz uma pressão de baixa sobre os contratos futuros na CBOT. Também vai gerar uma tendência de melhoria nos prêmios da soja nos potos brasileiros até o final de 2025.
Segundo relatório da Safras Mercado, a comercialização da safra 2024/25 de soja do Brasil envolve 42,4% da produção projetada. Os foram dados recolhidos até 7 de março. Nos dados de 7 de fevereiro, o número era de 39,4%.
No mesmo período de 2024, a negociação envolvia 36,6% e a média de cinco anos para o período é de 48,8%. Com uma safra estimada em 174,88 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 74,12 milhões de toneladas, segundo dados da consultoria.
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