Pensando o atual contexto da sojicultura brasileira, com foco nos plantios que foram realizados nos meses de outubro e novembro de 2020, o Open Sky Soja apresenta para os produtores e demais profissionais do agronegócio da região sul de Mato Grosso, um panorama sobre as principais doenças incidentes, além de estratégias de controle e manejo fitossanitário.
De acordo com o pesquisador da Proteplan, Ivan Pedro, em Mato Grosso o complexo de manchas foliares, representado principalmente por cercosporiose (Cercospora sp.) e mancha alvo (Corynespora cassiicola) tem ganhado importância nas últimas safras. “Essas são as principais doenças foliares que vêm causando impacto econômico nas lavouras e necessitando de maiores cuidados no manejo fitossanitário. Boa parte das cultivares de soja hoje utilizadas são suscetíveis a estas enfermidades, o que justifica um manejo específico direcionado a cada material”
Ainda, segundo, o Fitopatologista, no momento atual da safra, foi constatado uma rápida evolução da Cercospora sp. favorecida pelo clima, altas temperaturas, períodos de veranico e manejo fúngico adotado.
Referente a mancha alvo, o especialista destaca que a safra atual foi de grande expressão para algumas regiões, embora outras regiões o impacto tenha sido menor devido às irregularidades de chuva o que não favoreceu a epidemia deste patógeno. Contudo, vale destacar que o fungo necrotrófico sobrevive em restos culturais e o sistema de cultivo tem alta influência na dinâmica da doença.
“Os estudos apontam que nessa safra, os primeiros plantios de modo geral mostraram boa sanidade das lavouras, em função do estresse hídrico e temperaturas altas. Nas lavouras semeadas tardiamente, após regularização das chuvas, em alguns cenários é possível perceber a evolução mais crítica de mancha alvo, principalmente nas cultivares com elevada suscetibilidade, aponta Ivan Pedro.
Nesse contexto, o pesquisador destaca a importância de estratégias integradas visando o manejo do complexo de manchas foliares. São elas:
1. Conhecimento da cultivar utilizada no que diz respeito à suscetibilidade.
2. Planejamento considerando o sistema de cultivo (soja, milho, algodão, crotalárias, etc).
3. Escolha correta dos fungicidas considerando os principais alvos biológicos a serem controlados.
4. Posicionamento adequado dos fungicidas levando em consideração o estádio fenológico da cultura e a característica do produto utilizado.
5. Tecnologia de aplicação efetiva que garanta uniformidade e boa cobertura foliar.
“Basicamente são esses cinco pilares estratégicos que em conjunto definem o sucesso do manejo. O produtor precisa buscar essas informações, se atualizar através da pesquisa e fazer as melhores escolhas baseadas naquilo que ele precisa controlar”, finaliza Ivan Pedro.
Essas estratégias de manejo estão sendo abordadas no Open Sky Soja, realizado nesta quinta (04) e sexta-feira (05), em Campo Verde – MT, com objetivo de levar ao produtor uma recomendação mais assertiva e que ele possa ter cada vez mais sustentabilidade e rentabilidade do seu negócio.