A cotação da soja fechou em queda na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira, dia 05/10, pressionado pela alta do dólar e limitada por problemas de clima. Depois de duas sessões em alta e ganhos ao redor de 20 cents, os contratos futuros negociados em Chicago voltaram ao campo negativo na manhã desta quarta-feira. A cotação do cereal registra queda de 10 cents, a U$ 13,73/novembro. As posições mais próximas vão se firmando em níveis inferiores aos US14,00, com o andamento da colheita norte-americana e com o avanço do plantio no Brasil. Acrescente-se, ainda, a lentidão da demanda, com a ausência da China nesta semana de feriado.
O contrato de soja para novembro/22 fechou em queda de 0,82% ou $ 11,75 cents/bushel a $ 1371,75. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em queda de 0,78%, ou $ 11,0 cents/bushel a $ 1390,50.enbsp; O contrato de farelo de soja para outubro fechou em queda de 0,20% ou $ 0,8/ton curta a $ 402,25 e o contrato de óleo de soja para outubro fechou em queda de 0,20% ou $ 0,14 libra-peso a $ 68,49.
Segundo o analista Luiz Carlos Pacheco, da TF Agroeconômica, o mercado foi pressionado pelo fortalecimento do dólar ante o real, que tende a estimular as exportações brasileiras. O Brasil é o principal concorrente dos Estados Unidos no mercado de exportação de soja. "O mercado também passou por correção após ter acumulado ganho de 1,37% nas duas sessões anteriores. O avanço da colheita nos EUA também pesou sobre os contratos. Embora esteja contribuindo para o progresso dos trabalhos, o clima seco no Meio-Oeste também está atrapalhando o tráfego de barcaças comerciais no rio Mississippi", afirma Pacheco. Segundo ele, relatos na mídia e o baixo nível da água provocou a interrupção dos embarques de grãos, fertilizantes e outras commodities.
Camilo Motter, analista da Corretora Granoeste afirma que as oscilações bruscas dos humores, com altas e baixas na valoração dos ativos financeiros e moedas, acabam influenciando também as aplicações em commodities – num movimento de busca por títulos de renda fixa, geralmente de baixa rentabilidade, mas mais seguros. "De maneira geral, permanecem os temores sobre uma possível recessão em 2023 em importantes economias centrais", salienta Camilo.
Para o economista, o mercado interno se mantém pressionado e totalmente travado. "A justificativa vem da queda do dólar e da acomodação das cotações internacionais. Os produtores, de maneira geral, apostam em melhores oportunidades na entressafra; por isso se retraem neste momento diante da queda das indicações de compra. Existem, também, preocupações com possíveis adversidades climáticas em razão da continuidade do La Niña (pelo terceiro ano consecutivo), o que, naturalmente, torna mais lento o ritmo dos negócios. Além disto, a preocupação central é com a implantação da nova safra", afirma.enbsp;
SOJA NO PARANÁDERAL informou que o plantio da safra paranaense de soja está bastante adiantado, chegando a 15% até este início de semana. A área está prevista em 5,73MH, aumento de 1% sobre os 5,67MH do ciclo passado. A produção é esperada em 21,5MT, um forte incremento sobre as 12,1MT da safra anterior, que foi devastada pela estiagem.
EXPORTAÇÕES EUAO USDA indicou que a colheita de soja nos EUA alcançou 22% no último fim de semana, um índice acima do esperado, ante 31% do mesmo ponto do ano passado e 25% de média histórica. Em relação à qualidade, o USDA atestou que 55% das lavouras se mantêm em boas/excelentes condições. Na mesma semana do ano passado, o índice era de 58%.
As vendas de exportação de soja da semana encerrada em 29/09 devem ser confirmadas entre 500 mil MT e 1,2 MMT de acordo com as respostas da pesquisa. Os dados mensais do Censo apresentaram exportações de soja listadas em 121,9 mbu em agosto. Isso aumentou 43% em relação a julho e foi 253% acima de agosto de 21. A safra 21/22 terminou com 2,162 bbu de embarques de soja – ante 2,145 bbu previstos e 2,266 bilhões no ano passado. Para o farelo de soja, os dados mensais tiveram 828 mil toneladas embarcadas em agosto. As remessas de BO foram de 25,9 mil MT.
SOJA CHINA RENDIMENTO RECORDEA província mais ao nordeste, Heilongjiang, na China, registrou um rendimento recorde de soja em ~ 66,12 bpa. A província fornece cerca de 40% da produção doméstica de soja da China.
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