Em
comparação com os números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as
novas estimativas da consultoria de Florianópolis (SC) para a safra 23/24
apontam um aumento de 707 mil hectares na área plantada da região Centro-Oeste,
de 445 mil hectares na região Sudeste, de 78 mil hectares no Sul e de 59 mil
hectares no Nordeste, totalizando a diferença de 1,2 milhão de hectares. Somente
a região Norte sofreu um ajuste de 39 mil hectares a menos que nos dados
oficiais.
“Diferentemente das
estimativas oficiais, este ano, utilizamos uma técnica com a ajuda de imagem de
satélite para apurar o tamanho da área plantada”, comenta André Pessoa, CEO da
Agroconsult.
Produção
de soja em números - Já em relação à produção de soja 2023/2024, os dados
apontam aproximadamente 10 milhões de toneladas a mais em relação à Conab. Do
total, 5,4 milhões de toneladas resultam da diferença entre as produtividades
estimadas para os estados e 4,2 milhões de toneladas referem-se às diferenças
nas estimativas de área plantada.
Do ponto de vista técnico,
as avaliações em campo trouxeram um trabalho refinado. Neste ano, três equipes
rodaram o País e fizeram mais de 70 avaliações em campo. Um número recorde de
visitações, uma amostragem de mais de 1,4 mil lavouras de soja em 15 estados
visitados.
“Isso foi necessário para
apurar os impactos da influência do clima na soja 2023/2024 nos meses iniciais
das lavouras, especialmente no Centro-Oeste que apresentou pouca chuva e temperatura
elevada. Uma safra de contrastes”, analisa o executivo.
Os técnicos em campo
observaram que em algumas regiões, o clima impactou de forma mais intensa e
negativa e em outras localidades a interferência do clima foi até positiva,
como foi o caso do Rio Grande do Sul. Por lá, as chuvas do final de fevereiro
foram benéficas e trouxeram bons resultados nas primeiras áreas colhidas. Os
técnicos avaliaram lavouras no estado na semana de 18 de março e, em abril,
retornarão para confirmar os dados. A estimativa de produtividade passou de 55
para 57,2 sacas por hectare.
O estado sulino deverá
colher 22.246.630 toneladas da oleaginosa, conforme a Emater-RS/Ascar Já a Conab
prevê uma safra um pouco menor, de 21,88 milhões de toneladas, 68,04% a mais.
Em ambos os casos, seria o maior volume da oleaginosa já registrado no RS.
Também houve revisão
positiva em Minas Gerais, que, com a regularidade das chuvas, passou de 57 para
63,4 sacas por hectare. Com boas perspectivas de produtividade no leste do
estado, Goiás saiu de 59 para 62,2 sacas por hectare. No Mato Grosso, a
produtividade foi alterada de 52,5 para 53,1 sacas por hectare. Para a Bahia, a
estimativa passou de 60 para 63,8 sacas por hectare.