Enquanto a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta colheita de 155,3 milhões de toneladas de soja na safra 2023/2024, a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) garante que não passará de 135 milhões de toneladas.
A perspectiva também se vale de relatos do Sul, onde o período de semeadura foi adiado devido ao excesso de precipitações. “Há relatos contundentes (…) principalmente no estado do Paraná, que sofreu com o excesso de chuva no início do plantio e, agora, enfrenta a falta de chuva na fase reprodutiva, o que compromete a produtividade das lavouras”, detalha a Aprosoja.
O posicionamento foi divulgado após o preço da oleaginosa atingir o menor patamar desde agosto de 2020, pelo menos, na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (CEPEA-Esalq/USP). Na última sexta-feira, a saca chegou a R$ 127,61 - após divulgação de relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês). No dia 11 de janeiro, a cotação ficou em R$ 129,83 e, nesta segunda-feira, em R$ 129,05.
“A divulgação no mercado de dados sobre a safra que não condizem com a realidade tem provocado uma tendência de baixa nos preços. Os produtores, além de terem redução de produtividade, têm que lidar com preços incompatíveis com a realidade, trazendo prejuízo aos sojicultores e às regiões produtoras”, argumenta a entidade.
A Aprosoja finaliza com recomendação de que os produtores tenham “extrema cautela” e readéquem os negócios “diante desta dura realidade”.