Os ministros do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e da Agricultura, Marcos Montes, discutiram a relação entre produção de alimentos e preservação ambiental durante o painel “Segurança Alimentar e Meio Ambiente”.
O debate foi realizado na quarta (10), durante o Encontro Nacional do Agro, em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O jornalista Alexandre Garcia foi o moderador do painel.
Os ministros destacaram que produzir alimentos e preservar o meio ambiente é possível devido às iniciativas de produtores rurais de investir em tecnologias que reduzem as emissões dos gases de efeito estufa e do governo, com a criação de programas como RenovaBio e Metano Zero.
“O RenovaBio é o único ativo verde. É um programa de sucesso que deu certo no Brasil e foi um estímulo aos produtores rurais e à indústria”, afirmou Marcos Montes.
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, citou algumas soluções climáticas desenvolvidas pelo Ministério do Meio Ambiente para evitar a emissão de gases de efeito estufa e gerar renda para os produtores rurais.
“Esse é o Brasil que queremos para o futuro. É um Brasil que sai de um modelo simplório em relação ao meio ambiente, que simplesmente culpava o setor privado, para incentivar e renovar uma nova economia verde até 2050, criando soluções climáticas e lucrativas.”
Leite disse ainda que o ministério é parceiro do setor privado e ressaltou que o agro é a solução para o desafio da segurança alimentar no mundo. “Vocês são a solução para a mudança do clima, para esse desafio global, e não o contrário. É essa política que estamos fazendo e é nessa direção que estamos caminhando.”
“Eu, como ministro de meio ambiente, entendo que somente por meio do setor privado é que vamos achar uma solução para os desafios ambientais e a solução está na escala, no volume de produção e nesse caso o agro será responsável”, frisou.
Para Marcos Montes, a visão do mundo em relação ao Brasil e à questão ambiental está mudando. “Acredito que hoje começam a enxergar, com essa questão da insegurança alimentar que ameaça o mundo, o exagero nas cobranças em cima do Brasil. Todos nós queremos preservar, mas não podemos permitir que essa questão seja uma barreira à competitividade do Brasil.”
Os ministros também destacaram a legislação ambiental brasileira, considerada uma das mais rigorosas do mundo, além da criação do mercado de carbono, que vai permitir ao produtor rural transformar o passivo em ativo ambiental.
“Juntos, Mapa e Meio Ambiente estão medindo a quantidade de carbono no processo produtivo de toda a safra brasileira e com isso vamos trazer um atributo ambiental para mostrar mais uma vez o indicador que o mundo quer saber: a quantidade de emissões de gases de efeito estufa. Vamos mensurar e mostrar que não vamos aceitar protecionismo comercial climático,” ressaltou Leite.
“O mundo está entendendo que temos um Código Florestal mais rigoroso do mundo e que estamos implementando cada dia mais. Vai passar a época em que se usava a questão ambiental para derrubar nossa competitividade”, afirmou Marcos Montes.