Boas práticas evitam riscos à saúde nas ceias de fim de ano
Cuidados no planejamento, no preparo e no armazenamento dos alimentos ajudam a prevenir intoxicações alimentares durante as celebrações
Higienização correta e armazenamento adequado dos alimentos reduzem riscos de contaminação durante as ceias de Natal e Ano-Novo. Foto: Emater MG / Divulgação
As celebrações de final de ano reúnem uma grande variedade de pratos. Por isso, a adoção de boas práticas no manuseio, preparo e armazenamento dos alimentos ajuda a garantir segurança alimentar durante as ceias.
Segundo a nutricionista e extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Samira Tanure Fonseca, o consumo de alimentos ou água contaminados pode causar intoxicações alimentares. Entre os sintomas mais comuns estão vômitos, diarreia, dores abdominais e, em alguns casos, febre.
A especialista explica que mudanças na aparência, na cor, na textura ou no odor costumam indicar que o alimento não está próprio para consumo. No entanto, Samira alerta que nem todo alimento contaminado apresenta sinais visíveis. Produtos com prazo de validade vencido, por exemplo, representam risco à saúde, mesmo quando aparentam estar em boas condições.
Planejamento das compras reduz riscos e desperdícios
O planejamento correto começa antes da ida ao mercado. Ao definir o cardápio e o número de convidados, o consumidor consegue calcular melhor as porções e reduzir o desperdício.
Durante as compras, é fundamental conferir o prazo de validade dos produtos. Nos alimentos de origem animal, o consumidor deve observar a presença do carimbo de inspeção sanitária, como SIF, SISBI ou SIM.
As embalagens também exigem atenção. Latas estufadas, amassadas ou enferrujadas indicam risco e não devem ser adquiridas. Embalagens de plástico ou tetrapak não podem apresentar rasgos, furos ou danos. No caso das carnes congeladas, o ideal é escolher peças firmes, sem excesso de gelo ou água na embalagem.
Transporte adequado evita contaminação
O transporte influencia diretamente a segurança dos alimentos. Conforme alerta Samira, as altas temperaturas favorecem a multiplicação de bactérias. Por isso, o consumidor precisa levar frios e congelados para o freezer ou a geladeira assim que chegar em casa.
Cuidados no preparo e no armazenamento
Antes do preparo, o manipulador deve lavar bem as mãos, as superfícies e os utensílios. Além disso, o uso de utensílios diferentes para alimentos crus e cozidos evita a contaminação cruzada.
O preparo também exige atenção aos vegetais e às frutas, que precisam passar por higienização e sanitização adequadas. Quando as refeições não são consumidas imediatamente, o armazenamento sob refrigeração reduz o risco de proliferação de microrganismos. O descongelamento, por sua vez, deve ocorrer sempre dentro do refrigerador.
Para verificar o cozimento das carnes, o preparo deve resultar em mudança de cor e textura. Receitas que utilizam ovos crus, como maionese caseira ou musse, representam risco de salmonelose e devem ser evitadas.
Atenção ao consumo durante a ceia
Preparar os alimentos com muita antecedência aumenta o risco de contaminação. Alimentos cozidos ou perecíveis não podem permanecer expostos por mais de duas horas em temperatura ambiente. Quando a temperatura ultrapassa 30°C, esse tempo máximo cai para apenas uma hora.
Aproveitamento seguro das sobras
Após a refeição, o consumidor deve armazenar rapidamente os alimentos não consumidos em recipientes com tampa e mantê-los na geladeira por até quatro dias. Sobremesas à base de leite e derivados exigem consumo em até três dias.
Outra alternativa envolve o congelamento em pequenas porções, sempre com identificação da data de preparo. Samira reforça que o consumidor não deve congelar novamente alimentos já descongelados, pois essa prática aumenta o risco de contaminação.
