As medidas adotadas pelo Governo Federal para atenuar o abalo econômico provocado pela Covid-19 são bem-vindas, pois socorrem minimamente empresas e trabalhadores. Parcela expressiva dos setores produtivos e seus recursos humanos será abrangida, podendo, portanto, negociar suspensão dos contratos de trabalho ou redução dos salários e jornadas. São relevantes, ainda, o auxílio mensal de seiscentos reais aos informais e linha de crédito com juros baixos para empresas pagarem seus funcionários.
Espera-se que tudo seja colocado em prática com agilidade e eficácia, de modo que tenhamos condições de manter a economia respirando durante o necessário isolamento. Este cuidado, como afirmam autoridades da saúde e especialistas do Brasil e de todo o mundo, é fundamental para conter a pandemia e evitar picos de pessoas infectadas, cujo atendimento não seria suportado pelos sistemas público e particular. É hora, portanto, de proatividade, resiliência, solidariedade e sinergia dos Três Poderes e toda a sociedade.
A vida é prioritária! Exatamente para garantir esse direito original dos seres humanos, há setores que não têm o direito de parar ou atuar em home office. Refiro-me aos profissionais e empresas da saúde, da coleta do lixo, da infraestrutura, da segurança pública, da indústria de equipamentos médico-hospitalares e artigos essenciais e, em especial, à cadeia produtiva do agronegócio e abastecimento, desde o produtor rural, de todos os portes, passando pelos transportadores, distribuidores, supermercados, feirantes, varejistas de alimentos em geral, entrepostos de hortifrutigranjeiros e os serviços de apoio para que continuem operando.
Nunca é demais aplaudir e reverenciar esses heróis brasileiros, contingente anônimo das pessoas físicas e jurídicas que estão lutando de modo corajoso por todos nós na guerra da humanidade contra o novo coronavírus. Cabe, também, uma reflexão sobre o apoio que o Estado está dando a essas atividades. Infelizmente, é pouco ante a gravidade da situação. No caso da cadeia de suprimentos do agronegócio, é verdade que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento instituiu um comitê de crise para monitorar impactos da pandemia e propor estratégias, conforme decisão publicada na edição de 31 de março do Diário Oficial da União. Entretanto, é preciso ação assertiva. Uma sugestão seria linha de crédito específica, com juros próximos de zero, para que a produção agropecuária e toda a rede de abastecimento tivessem acesso a capital rápido, se necessário.
Nosso setor não fará acordos de redução de jornada e suspensão de contratos de trabalho. Afinal, não podemos, não queremos e não vamos parar, pois temos imenso compromisso com os brasileiros. Nossa força de trabalho está mobilizada. Entretanto, em situação grave como a que vivemos, podem faltar recursos para manter as operações. Sabemos que estamos numa economia de guerra e continuaremos travando o bom combate, a qualquer custo, mas um apoio mais efetivo seria importante. Incluo aqui
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