INÍCIO AGRICULTURA Safra

Uma safra para esquecer. Veja a análise da Aprosoja sobre 2023/24

Entidade diz que é urgente o apoio do governo a produtores endividados

A Aprosoja Brasil divulgou uma análise da safra 2023/24 para expôr, mais uma vez, a situação econômica da maioria dos produtores de grãos do país, A entidade que reúne produtores de todos os estados onde soja e milho são cultivados em escala industrial conclui que há necessidade de intervenção urgente do governo federal para evitar a falência dos que não poderão honrar com compromissos com bancos.

As causas apontadas pela entidade são as perdas da safra deste ano, estimadas por consultorias, em 17 milhões de toneladas.
Produtores tiveram perdas por conta de variações climáticas
Produtores tiveram perdas por conta de variações climáticas

A repactuação de dívidas bancárias, negociada pelo governo federal e as instituições financeiras, é a alternativa mais sólida, segundo a Aprosoja.

Nesta quarta-feira (6) - dia em que a análise foi distribuída à imprensa -, o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) se reuniu com o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) e garantiu que a pasta trabalha no sentido apontado pela Aprosoja.

A reunião foi realizada via internet.

Fávaro, porém, não previu um prazo para a negociação com os bancos nem os moldes de como será feito.



Veja a análise da Aprosoja Brasil

Imagine um ano em que dá tudo errado para os produtores rurais. Quando estava na hora de plantar a soja, na maior parte do país, a umidade era insuficiente, enquanto no sul do país chovia em demasia. Com receio de não prejudicar o plantio da segunda safra de milho, que vem logo em seguida, alguns semearam a soja com pouca umidade no solo, que acabou não vingando.

Na ânsia de plantar, colher e pagar uma parte das contas para diminuir o prejuízo, produtores fizeram dois e até três replantios, tendo gastos extras com sementes, defensivos, combustíveis e mão de obra.

Para alívio dos agricultores as chuvas chegaram, mas em volume maior do que o esperado em algumas regiões. Era tanta água que os trabalhos de colheita ficaram prejudicados, até impediam a entrada das máquinas no campo. Com o excesso de umidade vieram também doenças como a ferrugem asiática, anomalias e pragas como a mosca branca, que derrubaram a produtividade.

Todo este cenário negativo derrubou a produção e a produtividade. A safra de soja 2023/24 deve quebrar em 21% Mato Grosso, de acordo com pesquisa feita pela Aprosoja MT.

Em janeiro, o governo de Tocantins decretou situação de emergência em decorrência da estiagem. A Aprosoja TO estima, ao menos, 20% de perda na safra de soja 2023/24.

Em fevereiro foi a vez do governo de Goiás decretar emergência em 25 municípios. As projeções da Aprosoja GO indicam redução de pelo menos 15% no potencial produtivo em relação às estimativas iniciais, que eram atingir 17,5 milhões de toneladas.

O chamado veranico também atingiu partes do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O Rio Grande do Sul, atingido por estiagens durante três safras seguidas, desta vez, teve uma safra melhor, mas o resultado a ser alcançado ainda é uma incógnita.

Mas o pior não foi a quebra da produção, foi a queda dos preços, que traz ainda mais dificuldade para os produtores pagarem os investimentos e honrar compromissos. Em Mato Grosso, a saca de soja está sendo vendida entre R$ 80 a R$ 105, de tal sorte que, mesmo para os que tiveram uma boa colheita, a conta não fecha.

Evidentemente, se o mercado refletisse a realidade das lavouras, frente à grande demanda mundial pela oleaginosa, os preços estariam apresentando um comportamento inverso ao atual e reduzindo, em parte, os prejuízos causados pelo clima nesta safra. Infelizmente, como de costume, os dados da safra são superestimados artificialmente, baseados no cenário mais otimista, com benefício aos compradores e prejuízo aos produtores e ao país.

A Aprosoja BR mantém sua estimativa de, aproximadamente, 135 milhões de toneladas, pois os relatos dos produtores refletem a realidade vivida no campo, que é muito diferente das estimativas atuais de empresas privadas e órgãos oficiais. O que os produtores reportaram é que, mesmo nos cultivos que estavam visualmente em boas condições, os grãos não estão se desenvolvendo bem por conta de anomalias existentes, com redução do peso, e as colheitadeiras estão registrando uma produtividade bem menor do que foi estimada inicialmente.

O que está acontecendo na safra de soja 2023/2024 em praticamente todo o Brasil preocupa milhares de brasileiros que dependem do desempenho da produção agrícola para produzir alimentos, honrar compromissos e gerar empregos. É hora de buscar soluções. A Aprosoja Brasil já tem feito movimentações junto com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), instituições financeiras e Ministério da Agricultura para que as soluções para socorrer os produtores estejam acessíveis o mais breve possível.


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