As estimativas do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), obtidas com base nas informações de agosto, resultaram em R$ 1,142 trilhão para este ano. O valor é 2,4% maior em relação ao obtido em 2022, que foi de R$ 1,115 trilhão.
As lavouras, com crescimento de 4,2%, tiveram um faturamento de R$ 804,3 bilhões, e a pecuária, com retração de 1,6%, apresenta um faturamento de R$ 338,3 bilhões. A safra recorde de grãos deste ano, os preços agrícolas e as exportações são os principais fatores responsáveis por esses resultados.
Diversos produtos apresentaram desempenho favorável neste ano. Conforme análise do coordenador geral de Planos e Cenários da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, José Garcia Gasques, esse resultado se deve, especialmente, aos preços e ao volume produzido. Entre esses produtos, encontram-se amendoim, com aumento real de 11,7% no VBP, arroz 11,6%, banana 16,9%, cacau 13,1%, cana de açúcar 13%, feijão 7,3%, laranja 27,2%, mandioca 40,3%, soja, 3,0%, milho 1,1%, tomate 17,3% e uva 9,7%.
“Vários produtos desta relação apresentam neste ano, recordes do VBP em uma série de mais de 30 anos de cálculo. Entre esses estão, amendoim, cana-de-açúcar, feijão, laranja, mandioca, milho, tomate e outros”, registra Gasques.
Poucos produtos trazem contribuição negativa ao crescimento do VBP. Estão incluídos, algodão, batata-inglesa, mamona e trigo, que têm passado por um período de preços reais em decréscimo. Estes são acompanhados pela retração da carne de frango e carne bovina, ambas apresentando forte retração do VBP em relação ao ano anterior. Por outro lado, na pecuária, os suínos, leite e ovos, têm tido desempenho bastante favorável.
Cinco produtos, que respondem por 81,7% do VBP das lavouras, apresentam melhor desempenho, são eles a soja, milho, cana-de-açúcar, café e algodão. Outra observação salientada pelo coordenador, é que as exportações mostram-se favoráveis, tendo sido gerada uma receita da ordem de US$ 97,12 bilhões nessa metade do ano.
Finalmente, os resultados regionais mostram a liderança de Mato Grosso, seguido por Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Estes geram um faturamento de R$ 588,7 bilhões, que corresponde a 51,5% do VBP do país.