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Sem subvenção, agricultor paranaense abre mão do seguro rural

Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) tem menor área segurada desde 2019 e menor índice de contratações em quatro anos
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Publicado em 11/04/2024


Nesta safra de verão, o produtor rural Wolfgang Graf, de Engenheiro Beltrão, no Noroeste do Paraná, teve uma surpresa um tanto desagradável: recebeu um boleto de cobrança da apólice de seguro agrícola que havia contratado para 120 hectares de soja. O valor é referente ao subsídio ofertado pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que, desta vez, não contemplou o produtor.
 Wolfgang Graf, produtor de Engenheiro Beltrão.
Wolfgang Graf, produtor de Engenheiro Beltrão.


Com o aumento da demanda, a expectativa era de que houvesse mais recursos disponibilizados para atender os agricultores, não apenas do Paraná. Infelizmente, não é o que vem acontecendo desde o ano passado
Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR
Essa é a primeira vez desde o início do PSR em 2006, que Graf não consegue acessar os recursos. Por causa do financiamento, o produtor não teve escolha senão pagar a diferença. Além do gasto não planejado, Graf também reclama que a apólice encareceu e o nível de cobertura diminuiu em relação aos últimos anos. Nesta safra, a cobertura máxima garantida pela seguradora foi de 33 sacas por hectare.

Em 2021/22, a mesma apólice contratada oferecia cobertura de 45 sacas por hectare.
“Além de subir o valor, ainda corre o risco de chegar a hora de colher e não ter subvenção. A gente conta com uma coisa e depois não tem. Eu sempre faço a solicitação com antecedência, mas esse ano, infelizmente, não deu certo. É um custo a mais que eu não esperava”, lamenta Wolfgang Graf, produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Engenheiro Beltrão.



Redução drástica


Em 2023, o Ministério da Agricultura e Pecuária disponibilizou apenas R$ 933 milhões para o PSR - menos da metade dos R$ 2 bilhões pedidos pelo setor produtivo.

Com esse valor, foram segurados 6,25 milhões de hectares, a menor área subvencionada pelo programa desde 2019. Se compararmos com 2021, maior cobertura atingida desde a implementação do PSR, com 13,69 milhões de hectares, a redução é superior a 50%. Além de insuficiente para atender à demanda, o montante disponibilizado foi menor que o inicialmente divulgado pelo governo federal, de R$ 1,06 bilhão.


A situação foi agravada pela rejeição de solicitações de suplementação orçamentária, levando a cancelamentos de contratos e/ou onerando ainda mais os produtores que precisaram arcar com o valor integral das apólices. Em 2024, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a previsão é que o Governo destine R$ 964,5 milhões para o PSR. Diante de um valor similar ao do ano passado e que se mostrou insuficiente – os recursos se esgotaram em setembro –, o cenário se mostra desafiador e preocupante para o setor produtivo.



“O produtor do Paraná é quem mais contrata seguro rural no país, resultado do nosso trabalho constante para difundir a cultura do seguro. Com o aumento da demanda, a expectativa era de que houvesse mais recursos disponibilizados para atender os agricultores, não apenas do Paraná. Infelizmente, não é o que vem acontecendo desde o ano passado, mesmo com os nossos pedidos de suplementação de orçamento”, lembra o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.

Fonte: FAEP






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