Consultoria divulga novos números da Safra Verão e reduz estimativa
Agroconsult, realizadora do Rally da Safra, reduz a estimativa da safra para 171,3 milhões de toneladas devido a problemas no MS e RS

Os novos números refletem a piora na situação climática. Foto: Rally da Safra

A Agroconsult, organizadora da expedição Rally da Safra divulgou nesta semana nova estimativa da safra verão. Conforme o coordenador técnico da expedição, Valmir Assarice, tinha ja falado em entrevista exclusiva para o portal RuralNews na semana passada durante o Show Rural Coopavel, os números podiam ser revistos para baixo, conforme o andamento da colheita.
A nova projeção da consultoria aponta para 171,3 milhões de toneladas - redução de 1,1 milhão de toneladas sobre o número pré-Rally (16/01), porém ainda 15,8 milhões de toneladas acima da temporada passada. Os novos números refletem a piora na situação climática que impactou as lavouras no Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul e dos bons resultados de campo do Centro Norte.
Segundo André Debastiani, coordenador da expedição técnica, “apesar da projeção ter sido alterada em apenas 1,1 milhão de toneladas na estimativa da safra brasileira, as mudanças foram significativas quando avaliamos individualmente cada estado”.
Segundo ele, a soma de todas as alterações de produção nos estados ultrapassa 11,2 milhões de toneladas em relação a janeiro, sendo que Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais e a região do MAPITOBA acrescentaram 5 milhões de toneladas à safra nacional, enquanto Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Santa Catarina retiraram 6,2 milhões de toneladas.
Outro dado novo é a ampliarção em 100 mil hectares da área plantada no país. Agora passa a ser de 47,6 milhões de hectares - 1,7% acima da última temporada - a partir da avaliação de área por imagem de satélite da safra 24/25 realizada pelo Cropdata.

Valmir Assarice falou com a equipe do RuralNews durante o Show Rural Coopavel
Houve também uma pequena diminuição na produtividade média brasileira para 60 sacas por hectare, que era 60,5 no pré-Rally.
O Rally da Safra tem a missão de consolidar os resultados dos estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil.
A partir desta semana cinco equipes com os técnicos do Rally irão percorrer Goiás, Minas Gerais, a região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e o Rio Grande do Sul.
Os dados preliminares do Rally consolidam os estados em três grupos. No primeiro, com perdas irreversíveis, especialmente diante da situação do Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, a preocupação com o clima se concretizou e virou um problema para os produtores.
Há inclusive abandono de áreas em razão da estiagem e ondas de calor nos dois estados. O Rio Grande do Sul enfrentou um período de pelo menos 30 dias consecutivos sem chuvas e temperaturas acima de 40 graus.
A situação, que já era crítica na metade Sul do estado, acabou se espalhando para outras regiões e a estimativa de produtividade caiu para 39 sacas por hectare (49,5 sacas por hectare no pré-Rally). A safra é projetada em 16 milhões de toneladas, contra 20,5 milhões de toneladas em 23/24.
Já o Mato Grosso do Sul sofreu com o encurtamento do ciclo nas áreas prejudicadas pela estiagem. O Rally esteve em campo no estado, na última semana, constatando as perdas in loco. A produtividade foi reduzida para 49,5 sacas por hectares (56,5 sacas por hectare no pré-Rally).
OUTRO CENÁRIO NO CENTRO-NORTE
Nos estados do Centro-Norte, porém, o cenário é outro. Os dados coletados no campo com o Rally da Safra e os levantamentos da Agroconsult mostram um segundo grupo com ótimo potencial produtivo, formado por seis estados. O destaque é o Mato Grosso que registra aumento de produtividade de 63 sacas por hectare (em janeiro, no pré-Rally) para 66,5 sacas por hectare, novo recorde.
Os técnicos da expedição avaliaram, pela segunda vez nesta temporada, as lavouras do Oeste, Médio-Norte e Sudeste do estado. O estande elevado de plantas, o alto número de grãos por hectare e o peso dos grãos apontam que, pela primeira vez na história, a safra poderá ultrapassar 50 milhões de toneladas – o equivalente ao volume do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, juntos.
A Bahia, com estimativa de 70 sacas por hectare (67 no pré-Rally), tem a maior produtividade média nacional. Goiás, com 68 sacas por hectare (65,5 em janeiro) e Minas Gerais, com 67 (66 na projeção anterior), além do Tocantins e Maranhão, integram o grupo dos estados com ótimo potencial produtivo e que também vão registrar produtividades recordes.
Já o terceiro grupo, com bom potencial, registrou intercorrências, mas traz produtividade inalterada para o Piauí, com 60 sacas por hectare, pequena elevação em Rondônia (60 sacas por hectare) e queda nos estados do Paraná (62,5 sacas por hectare), São Paulo (63,5) e Santa Catarina (65).
